segunda-feira, 2 de julho de 2012

Trabalhos finalizados!



Vídeo-aulas encerradas, durante todo o curso, com a ajuda deste blog, pude refletir e disseminar minhas ideias sobre diversos assuntos relacionados ao universo da educação. Por meio dos temas propostos nos módulos "Interdisciplinaridade, Transversalidade e Construção de Valores", "Educação Comunitária, Saúde e Cidadania na Escola", "Direitos Humanos e Convivência Democrática" e "Profissão Docente e Educação Inclusiva", aprofundei-me em minhas pesquisas e mergulhei em um universo de conhecimento e descoberta (relatórios científicos, entrevistas, trechos de livros, vídeos, relatos).  
O saldo não poderia ser mais positivo! Acredito que o exercício da  reflexão e da pesquisa em muito contribui para a formação de um bom profissional da educação, ciente de suas enormes responsabilidades e disposto a enfrentar os inúmeros desafios que tal profissão traz com ela.
Obviamente, é apenas o fim de uma etapa, uma breve etapa. Essencial que nós, professores, continuemos constantemente em busca de novos conhecimentos e informações para que, dessa forma, nossa incansável tarefa de educar traga, cada vez mais, resultados satisfatórios e contribua, de fato, com a formação de uma sociedade mais lúcida, cidadã e justa.

Lílian Maróstica, autora deste blog, professora e eternamente aluna.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Vídeo-aula 28: O professor não pode estar só. O espaço interdisciplinar e com a comunidade.

Na última aula da disciplina Educação especial/inclusiva, a professora Jaqueline Amorim fala sobre o espaço interdisciplinar e com a comunidade.

A Constituição Federal de 1988 traz como princípio a "igualdade de condições para acesso e permanência na escola", "direito de todos". Porém, observamos que na prática isso não acontece.
O professor, na maioria das vezes, sente-se inseguro em lidar com alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), já que estes estudantes podem comportar-se diferente e precisarem de uma forma de aprender diferenciada. A persistência das dificuldades e incapacidades do aluno questiona as expectativas do professor sobre o potencial do aluno e as expectativas do professor sobre sua própria capacidade de fazer aprender.

A frustração do professor
O exercício de lidar com a frustração é de extrema importância e envolve a revisão das expectativas "onde eu professor acredito que esse aluno pode chegar", "onde esse aluno tem a possibilidade de chegar" e a revisão das perspectivas na atuação "como eu posso preparar minha aula de modo a inlcuir este aluno, respeitando suas dificuldades e investindo em seus potenciais" - merece atenção e espaço de compartilhamento, comonos momentos de horário de trabalho pedagógico coletivo.
O professor, sozinho, ainda que busque ajuda na equipe escolar de apoio - a qual, muitas vezes, não dispõe de recursos para atuar efetivamente na situação - vê seu esforço e seu recurso esgotado no âmbito educacional e chega à conclusão de que aquela escola, aquele grupo já não pode mais fazer nada por aquele aluno. Assim, torna-se natural compreender que o aluno não tem recursos para estar ali.
Assim, aluno e professor são responsabilizados / culpabilizados pelo insucesso - personificam-se as dificuldades e culpabilizam-se pessoas. O aluno sente-se excluído e o professor, desvalorizado e desestimulado.

Quem deve ajudar nessa situação?


- equipe escolar: tem papel de garantir uma escola inclusiva, realizar encaminhamentos e solicitar serviços, realizar a busca e acesso a suporte, identificar recursos existentes na comunidade, estabelecer parcerias, convenios ou quaiser outras formas de ação conjunta.
- outros profissionais/equipe interdisciplinar: a possibilidade de discussão com profissionais da Psicologia, da Assistência Social, o acesso a profissionais da saúde que possam fazer diagnósticos e que realizam o acompanhamento desses alunos e/ou de suas famílias enriquece e amplia a possibilidades de intervenção. Todos se sentem mais capazes quando descobrem novas possibilidades de intervir. A própria criança sente-se capaz, pois se sente compreendida em sua dificuldade, e ainda ganha motivação para desenvolver e descobrir seus potenciais.
Porém, é preciso atenção. Múltiplos profissionais realizando múltipos atendimaneto sob múltiplas perspectivas garantem um atendimento multidisciplinar - a criança ou adolescente pode ser visto de modo fragmentado, como possibilidade de repetições no atendimento (lacunas nas ações). O empenho integrado, o contato não hierárquico entre profissioanis e a discussão para além de relatórios e documentos diagnósticos garantem o atendimento interdisciplinar: compartilhamento de saber, ampliação de perspectivas, possibilidade de compreensão da criança ou adolescente em sua complexidade e potencialidades - abertura de novas possibilidas, inclusive de mobilização da família.
A equipe interdisciplinar possibilita a ampliação das perspectivas e possibilidades, maneira de compreender o aluno com NEE e a maneira de rever e compreender  o papel do professor (limites e possibilidades).

A sala de aula: o professor não está só
A sala de aula necessita de um professor com disponibilidade à mudança e à compreensão empática do aluno, que esteja disposto a conhecê-los com o apoio de outros profissionais, programar aulas, com o apoio da equipe de coordenação pedagógica e/ou de Educação especial.  

Leitura sugerida: O site Construir Notícias traz uma entrevista com a psicóloga e consultora dos vídeos de Ed. Especial, produzidos pela Tv Escola, Marta Gil, sobre a relação professor-aluno portador de NEE. Disponível em: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=91.

É tarefa do professor:
- exigir que a equipe escolar cumpra seu papel no estabelecimento de parcerias e serviços de suporte, a fim de que seus alunos sejam atendidos em suas necessidades especiais;
- comunicar-se com seus alunos, por meio de gestos, olhares e palavras, sua compreensão, confiança e a crença no seu potencial;
- refletir sobre suas percepções e expectaivas a respeito do aluno;
- comunicar-se com os pais e enconrajá-los a não desistir de seus filhos. 

terça-feira, 19 de junho de 2012

Vídeo-aula 26: Professor autor


Lemos, interagimos, produzimos...


Na vídeo aula 26, o professor Gabriel Perissé fala sobre a terceira dimensão da formação docente: a autoria. As outras duas, como já abordadas neste blog, são a leitura e a reflexão.

A experiência da leitura pode questionar, ampliar, revolucionar, aperfeiçoar nossa visão de mundo e nos fazer criar um sistema pessoal de convicções, o qual expressamos como autores. Estamos, a todo tempo, falando, fabulando, conversando com os outros e conosco mesmos. Quando expressamos nossas ideias e convicções, nos expressamos como autores; o autor fala por si próprio, pois pensa por conta própria e se expressa por suas próprias capacidades.
Um profissional da educação que não é autor de suas ideias e ações, que não é responsável por aquilo que faz, que apenas obedece, de forma servil, não pode ser um propiciador de autonomia. O profissional docente precisa exercitar sua própria crítica e autonomia, tendo total liberdade de tomar suas decisões.
A autoria está muito ligada ao exercício da liberdade. O criador é livre, cria as próprias regras do seu fazer, entra em sintonia, em êxtase, com o material que manipula. Este momento de grande autonomia, liberdade e sintonia deve estar presente na sala de aula. Quando o professor é acorrentado por uma série de obrigações que o impedem de dizer o que pensa, por exemplo, não torna-se capaz de cumprir seu papel fundamental, que é o de formar um cidadão crítico, autônomo, atuante na sociedade.
A autonomia docente não se conquista sem um estilo de ensinar; o professor conquista à medida que trabalha e abre espaço a seu próprio estilo e personalidade. Muitas vezes, infelizmente, os professores brasileiros são maltratados e permanecem calado, abnegados, quando deveriam ser líderes sociais, referências intelectuais da sociedade.
É necessário que o professor cause uma ruptura, uma surpresa, um certo desconforto, para que, assim, possa reconstruir o conhecimento com sua própria maneira de ver o mundo; ele deve surpreender-se e surpreender os outros, saindo, dessa maneira, da comodidade, do lugar-comum. É preciso criar novos âmbitos, novos espaços, novas ideias, criar convicções pessoais.  
Também é tarefa do professor atuar na internet, já que as crianças e jovens de hoje já nasceram no ambiente virtual, na chamada era digital. É importante que o professor autor atue na internet, crie seu espaço para interagir com pessoas de todas as idades, inclusive, com seus alunos, sempre, claro, lembrando-se de se manter nos limites da ética humana. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Vídeo-aula 25: Professor pensador

Na 25ª aula da disciplina Profissão Docente, o professor Gabriel Perissé fala sobre a dimensão da reflexão na formação docente, o professor pensador.

O exercício da curiosidade, da reflexão e do diálogo com o extramental nos leva ao momento das decisões. O curioso é aquele que faz perguntas, que não se satisfaz com as primeiras respostas, que questiona as causas, que tem uma inquietação intelectual. Não somos apenas receptores de informação, não somos continentes para conteúdos; nós apreendemos o conteúdo e o assimilamos, refletindo sobre o assunto e gerando novos conhecimentos. Quando pensamos, dialogamos conosco mesmos.
A experiência da leitura pode questionar, ampliar, revolucionar, aperfeiçoar nossa visão de mundo e nos fazer criar um sistema pessoal de convicções. Temos opiniões e achismos a respeito de tudo - o chamado intrusismo: pessoas das mais diferentes áreas profissionais sentem-se aptos a falarem sobre qualquer assunto. Devemos construir um sistema pessoal de convicção (e não somente de ideias), que são conceitos aprofundados fortalecedores da nossa maneira de ver e nos comportar no mundo. Quando tomamos uma decisão, ela deve estar baseada em uma convicção construída. Taí um dos principais papeis da educação: transformar pessoas em seres ponderados.

Relação leitura-pensamento
Ler é assimilar, é apreender. Quando lemos, não lemos apenas para decifrar, mas para compreender o que vai além da leitura, para compreendermos a nós mesmos. Pensamentos geram outros pensamentos.

O trabalho do professor
Entre os inúmeros papéis do professor, está o de desenvolver uma lição de casa atraente, que faça o aluno, movido por uma motivação pessoal, pensar e, consequentemente, gere aprendizado. O docente deve fazer uma mediação, transformar a necessidade do apredizado em prazer em conhecer.

Pedagogia reflexiva
A pedagogia reflexiva consiste não apenas na transmissão burocrática de conhecimento, mas em um verdadeiro encontro entre a iniciativa do professor e dos alunos, entre o talento, a vocação e a curiosidade do professor e o talento, a vocação e a curiosidade de seus alunos também.

O educador deve surpreender seus alunos: levar até a sala de aula situações de aprendizado que gerem curiosidade e, assim, promovam não apenas o conhecimento mas o prazer em aprender.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Vídeo-aula 24: Modelos de ensino: das concepções docentes às práticas pedagógicas e Vídeo-aula 27 : O professor não pode estar só: parcerias dentro da escola

Nas vídeo-aulas 24 e 27, a professora e pesquisadora Claudia Helena Yazlle fala sobre parcerias, novos modelos de ensino e propõe uma reflexão acerca dos desafios que a inlcusão tem trazido para o contexto escolar.

A escola deve se preocupar com a questão da inclusão e procurar acolher e favorecer a educação de todos os alunos. Disponível em http://educaforum.blogspot.com.br/2012/04/o-engodo-da-inclusao-escolar.html.


As mudanças na legislação, as relações culturais e sociais, as demandas de mercado e as novas funções sociais da escola implicam na transformação do educador (formação e identidade profissional dos docentes). É um processo complexo que envolve inúmeros atores e a inclusão é mais um destes desafios.

Se antes, tínhamos um contexto, hoje temos outro.
Passado:
- ensino (situações e materiais);
- professor especialista;
- disciplina.
Atualmente:
- aprendizagem;
- integração curricular (trabalho em grupo e conhecimento amplo);
- coordenador (articulador);
- diversidade (inclusão);
- ampliação (e esvaziamento) de atribuições da escola.

Inclusão escolar
- lidar e articular as diferenças sociais economicas, culturais e individuais (de desenvolvimento humanos)
- trabalho em equipe / coletivo.
A inclusão não se restringe à experiência da criança com seu professor ou seus pais. O processo é muito mais amplo, envolvendo muitas outras relações da criança com os outros, como colegas e funcionários da escola. E quais são os desafios para cada um desses protagonistas do processo de inclusão? O processo da inclusão envolve diferenças expectativas:
Famílias de criança com NEE
- busca de aceitação e acolhimento do filho;
- estabelecimento de vínculos e relações sociais;
- autonomia e independência;
- busca de aprendizagem.
Demais famílias:
- receio de imitação e agressividade;
- "perder" em aprendizagem;
- valorização da inclusão como princípio ético.
Professores:
- dúvidas em relação ao 'estar preparado';
- como garantir a aprendizagem?;
- como lidar com as diferenças?;
- disciplinas e regras: são as mesmas para todos?;
O professor deve mergulhar nesse processo de questionamento e buscar uma compreensão.
Crianças com NEE:
- ouvir e escutar;
- reconhecer capacidades e habilidades;
- identificar necessidades;
- paradoxo da pluralidade.
Demais crianças:
- curiosidade e interesse pela diferença;
- "regras do grupo" - negociação e reflexão;
- respeito pelas difenrenças.

Vídeo sugerido: O documentário 'Não sei fazer isto, mas sei fazer aquilo' (I Can't Do This, But I Can Do That', EUA, 2011) é um relato inspirador sobre crianças com dificuldades de aprendizagem e os desafios da inclusão escolar. As crianças descobriram habilidades reais e aprenderam a utilizá-las para superar seus próprios desafios. Vale assistir! Abaixo, um trecho do filme.



A escola deve ser um espaço que propicie a reflexão, o planejamento e a avaliação e precisa procurar estabelecer uma relação de parceria com outros profissionais. Os profissionais da saúde, por exemplo, podem trazer à escola uma visão clínica e individual do aluno e enfatizar a dificuldade e a deficiência, contribuindo de forma significativa com o processo da inclusão.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Vídeo-aula 23: A educação de pessoas com necessidades especiais é de fato ineficaz?

A professora Kátia Amorim, na 23ª aula, aborda o tema inclusão e educação especial inclusiva.

Historicamente, a educação está embasada em paradigmas específicos que pressupõem que o desenvolvimento das pessoas - das crianças, especificamente, aqui - se dá de maneira igual e ao mesmo tempo, considerando os alunos de uma mesa sala ou até de uma mesma série. O professor espera regularidade e linearidade no processo de ensino e aprendizagem, acreditando, muitas vezes, que todos os seus alunos entendem da mesma maneira, ao mesmo tempo e completam o conhecimento em tempos próximos. Dessa forma, o aluno que não acompanha seus colegas, muitas vezes, é visto como deficitário, deficiente. A questão da diferença, dentro desse modelo que espera uma regularidade, implica uma ruptura dos princípios básicos da educação, já que a criança com qualquer tipo de deficiência desaparece; é como se ficasse uma imagem negativa em torno da criança, como se ela não possuísse habilidades importantes. O professor, assim, fica com a impressão de que não adianta investir naquele aluno. Para que o professor possa trabalhar com o aluno deficiente de forma produtiva, é necessário que ele considere seu desenvolvimento como uma questão complexa. E há, para auxiliar no trabalho do docente, instrumentos facilitadores para que o profissional consiga promover uma aprendizagem significativa, como a linguagem em braile para cegos, amplificadores para deficientes visuais, libras para os surdos, aparelhos auditivos para os deficientes auditivos, cadeiras e carteiras especiais para deficientes físicos.
Fundamental lembrar-se dos chamados deficientes intelectuais, que não necessitam, necessariamente, de uma linguagem alternativa. É possível ensinar alguma coisa à criança com deficiência intelectual? A criança ganha coisas além da socialização?
É preciso investir nesta criança. Fazemos isso quando deixamos alguns paradgimas de lado e pensamos que o desenvolvimento é complexo e que se dá de uma intrincada relação da pessoa com o meio. Temos que conhecer quais são as alterações que participam do quadro, o conjunto de características do jovem com deficiência. A capacidade depende da relação com o meio, ou seja, da relação professor com o aluno.

Plasticidade cerebral
Propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento de alterações estruturais e funcionais. Capacidade adptativa. É o potencial que o cérebro mantém para a recuperação funcional, que depende de vários fatores, como idade, local, tempo e natureza da lesão.

Teorias para explicar o funcionamento da plasticidade cerebral:
- mediada por partes adjacentes do tecido nervoso que não foram lesadas;
- alteração qualitativa da função de uma via nervosa íntegra controlando uma função que antes não era sua;
- estratégias motoras da função de uma via nervosa íntegra controlando uma função que antes não era sua;
- estratégias motoras diferentes para realizar atividade perdida: o movimento recuperado difere do original, apesar do resultado final ser semelhante.

Existem lesões potencialmente recuperávels, mas, para tanto, necessitam de objetivos precisos de investimento: conhecer essa criança para saber quais são as áreas afetadas, como potencializá-las e minimizar os efeitos negativos dessa região, descobrir quais são as habilidades que essa criança tem em sua estrutura. O diagnóstico auxilia bastante nesta tarefa.

Adriana Foz, educadora, psicopedagoga, especialista em neuropsicologia e pesquisadora em neurociência da educação, explica a plasticidade cerebral.


Filme sugerido: "O Milagre de Anne Sullivan" (The Miracle Worker, 1962, Arthur Penn). O longa conta a história da professora Anne Sullivan, brilhantemente interpretada por Anne Bancroft, e sua incansável tarefa de educar uma garota cega, surda e muda. Vale assistir!


O papel do meio (escola) e do professor no processo de mediação da criança com deficiência é fundamental para o avanço de seu desenvolvimento. O profissional precisa identificar as dificuldades do aluno, conhecer suas habilidades e descobrir potenciais. Não podemos pré-determinar qual será o limite do desenvolvimento do indivíduo. É preciso investir para conhecer o limite real, buscando formas alternativas para descobrir o potencial de desenvolvimento que ela tem.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Vídeo-aula 22: O professor leitor


Dupla delícia/ O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." (Mario Quintana)


Na vídeo-aula 22, o professor Gabriel Perissé fala sobre a necessidade de o professor ser um leitor.

A tirinha, do maravilhoso cartunista argentino Liniers, mostra o poder da leitura e o quanto ler é maravilhoso. A personagem Enriqueta é uma garotinha apaixonada por livros e leitora compulsiva. Em tradução livre: "Nas férias, você deve ler livros grandes, Madariaga. Livros gigantes, cheios de personagens. Livros que parecem viagens. Então, terá férias em dobro."
Disponível em
http://www.oesquema.com.br/trabalhosujo/tag/liniers.


Panorama da leitura no Brasil
- o brasileiro lê, e média, 4,7 livros pro ano (as mulheres lêem mais do que os homens);
- o Brasil tem uma biblioteca pública para cada 33 mil habitantes;
- quase 70% das escolas públicas nem sequer tem uma biblioteca.
Os dados são alarmantes e mosram o quanto nós, professores, temos, sim, que ser grandes leitores, obcecados, apaixonados para, dessa forma, incentivar os alunos a lerem e transformar a realidade.

Toda leitura é um aprendizado à distância: uma forma de aproximação com diversas realidades. Quando lemos, estamos sozinhos e, no entando, tudo o que está longe se aproxima. Esta é a operação maior da leitura. Não só toda leitura é um aprendizado à distância, mas todo aprendizado é uma leitura. Quando olhamos para o mundo, que é uma espécie de livro aberto, é como se estivéssemos lendo um texto. O conceito de leitura não é apenas olhar símbolos grafados no papel, mas abrir-se para a realidade. O professor que não é lê não é capaz de abrir os horizontes de seus alunos. Se o professor não é um leitor em potencial como poderá convencer seu aluno de que ler é algo fascinante, necessário, importante? Muitos professores são analfabetos funcionais - sabem ler, mas não lêem na verdade. Obrigar o aluno a ler, como se fosse um pré-requisito, só perpetua um trauma e faz da leitura algo desagradável e passageiro.
O professor deve saber ler nas linhas e também nas entrelinhas, para que possa interpretar não apenas livros, mas também a própria vida e a vida dos alunos. Na leitura das entrelinhas, podemos captar o sentido não evidente da realidade.

Leitura sugerida: O artigo "O professor leitor", de autoria do professor Ezequiel Theodoro da Silva, discute a necessidade de o professor ser um leitor em potencial. Disponível em http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/o-professor-leitor.

A experiência da leitura pode questionar, ampliar, revolucionar, aperfeiçoar nossa visão de mundo e nos fazer criar um sistema pessoal de convicções. O professor não é um instrutor, deve ser um mestre, alguém que entusiasme e inspire seus alunos na vontade de conhecer e aprender. Nós, professores, devemos ampliar nosso diálogo, e incorporar em nossas aulas, em meio a conteúdos curriculares, temas que interessam os alunos e fazem parte de seu contexto. Lendo, ganhamos assunto e também o mundo! A formação de um leitor oferece abertura para conhecer as pequenas e grandes histórias da vida!

"Um leitor vive milhares de vidas antes de morrer; um homem que nunca lê vive somente uma". Imagem de domínio público disponível em http://imgfave.com/search/reading.