domingo, 11 de dezembro de 2011

Vídeo-aula 28: Depressão na infância e adolescência

A professora Paula Fernandes fala sobre a depressão na infância e na adolescência na última vídeo-aula da disciplina Saúde na Escola.



DEPRESSÃO: transtorno de humor ou afeto; sentimento de tristeza profunda, associado com sintomas fisiológicos e cognitivos na pessoa, É importante saber que a depressão, comumente associada somente a adultos, está cada vez mais presente na vida das crianças e dos adolescentes. 

Prevalência 
- crianças na pré-escolas: 1%;
- crianças em idade escolar: 2 a 4%;
- adolescentes: 5 a 8%;
- distribuição entre sexos: similar na infância, tanto em meninas quanto meninos - na adolescência começa a ser mais prevalente no sexo feminino.


Sintomas (de acordo com CID 10 e DSM-IV)

- humor deprimido;
- perda de interesse e prazer pro atividades anteriormente satisfatórias;
- diminuição da energia.

Causas
Questão multifatorial:
- biológicas: genética, estrutura e química do cérebro
- psicológicas: stress, traumas, desamparo, forma de perceber e de lidar com o mundo;
- sócio-culturais: papéis, expectativas, suporte social.

Fatores de risco
- história familiar de depressão;
- sexo feminino;
- episódios anteriores de depressão;
- acontecimentos estressantes;
- dependência de droga;
- violência doméstica;
- elevada exigência acadêmica.

Sintomas característicos
- tristeza;
- falta de motivação;
- solidão;
- humor deprimido irritável ou instável;
- mudanças súbitas de comportamento;
- mudanças de apetite e, consequentemente,  de peso;
- dificuldade em divertir-se: tédio;
- preferência por atividades solitárias;
- queixas físicas: cansaço, falta de energia, insônia, dor de barriga;
- pensamento recorrentes de morte;
- procupações;
- sentimento de culpa incontrolável;
- baixa autoestima;
- choro excessivo;
- hipoatividade;
- fala em ritmo devagar, de forma monótona e monossilábica.

Na escola, como perceber:
- queda do rendimento escolar;
- falta de concentração;
- perda de interesse pelas atividades;
- falta de motivação;
- pensamento lentificado;
- impulsividade e irritabilidade;
- choro fácil;
- isolamento na sala de aula e no recreio;
- dificuldade  nos processo cognitivos.

Consequências 
Além as dificuldades sociais e acadêmicas, a depressão compromete o desenvolvimento e funcional social: recorrência na idade adulta.

Tratamentos
- medicação;
- psicoterapia;
- suporte familiar;
- psicoeducação: rede de apoio, suporte social: escola, trabalho e amigos.

Depressão: aspectos importantes
- identificar os antecedentes do episódio depressivo;
- minimizar o impacto negativo dos sintomas depressivos;
- aumentar a eficácia dos esforços de soluções de problemas;
- a pessoa precisa aprender habilidades para lidar com probelmas futuros.

Entrevista concedida ao Programa Mulheres, da TV Gazeta, com o Dr. Nicholas Schor sobre a depressão infantil.

É necessário que nós, educadores, fortaleçamos as condições capazes de garantir a busca por ajuda em todos os contextos e inserir a criança e o adolescente em uma rede social: família, trabalho, escola e comunidade.  

sábado, 10 de dezembro de 2011

Vídeo-aula 27 : Stress e ansiedade na infância e na adolescência

A professora Paula Fernandes, na vídeo-aula 27, aborda o tema "stress e ansiedade na infância e na adolescência", que influenciam no desenvolvimento acadêmico e na relação entre os alunos.

Stress e Ansiedade
- reações do organismo diante de situações difíceis ou excitantes - qualquer pessoa pode apresentar stress ou ansiedade em algum momento da vida.
- em períodos de stress e ansidedade: equilíbrio da pessoa é afetado e cada órgão passa a trabalhar em ritmo diferente dos demais; dependendo da duração dos sintomas e da interpretação dos estímulos, pode haver uma quebra do equilíbrio interior e enfraquecimento do organismo, além de sintomas e doenças.

ANSIEDADE
- características biológicas e psicológicas que antecedem momentos de perigo, real ou imaginário;
- marcada por sensações corporais, geralmente desagradáveis, como vazio no estômago, taquicardia, sudorese, medo intenso, aperto no peito, rubor, calafrios, nó na garganta, confusão.
- nem sempre pode ser considerada ruim: é também considerada uma energia que move o ser humano.

Em reportagem de Lisa Fávaro, veiculada pela TV Universitária, alguns apontamentos sobre a ansiedade infantil.


Reportagem veiculada pelo programa Hoje em Dia, da Rede Record de Televisão, sobre ansiedade infantil.

STRESS INFANTIL
- toda criança já enfrenta situações estressasntes: acidentes, doenças, hospitalizações, mudanças, tensões geradas pela necessidade de sempre ter autocontrole;

Causas do stress infantil:
a) causas internas: características da personalidade, pensamentos e atitudes da criança diante de situações da vida, interpretação - ansiedade, depressão, medo do fracasso, preocupação com mudanças físicas, interpretações amedrontadoras.
b) causas externas: devido a mudanças significativas na vida da criança, como brigas e separação dos pais, perdas, disciplinas confusas, nascimento de irmão, doença e hospitalizações, trocas de professores.

Consequências quando não tratado: asma, úlceras, alergias, distúrbios dermatológicos, diarreia, tiques nervosos, dores abdominais, resistência reduzida, hipertensão alterial, obesidade e bronquite.

- uma situação pode ou não ser estressante, depende no nível de interpretação da criança.
- existem crianças praticamente invulneráveis às tensões da vida, e outras são mais sensíveis.

O vídeo traz uma reportagem sobre o stress infantil. O pediatra Moisés Chencinski fala sobre como evitar o stress infantil, em entrevista veiculada pelo Programa Hoje em Dia, da Rede Record de Televisão. 

Papel do professor
Ações do professor capazes de minimizar os efeitos do stress infantil
- conhecer os alunos;
- motivar os alunos;
- incentivar os alunos a perguntarem;
- escutar o aluno, sem críticas ou julgamentos;
- promover autoconfiança e reconhecimento;
- respeitar o ritmo de cada um;
- promover atividades em grupos;
- promover atividades calmas e tranquilas;
- servir como modelo para o aluno, o professor deve adequar suas atitudes.
É importante que o professor tenha o cuidado de não levar até o aluno seus próprios problemas, pessoais ou profissionais, pois podem interferir na relação de ensino e aprendizagem do aluno

A ansiedade e o stress infantil não se manifestam isoladamente; é preciso compreendê-los omo um conjunto de sintomas, e realizar encaminhamentos a especialistas quando necessário.


MAIS:O link http://www.guiame.com.br/v4/25154-1702-No-Brasil-80-das-crian-as-t-m-algum-sintoma-de-estresse-infantil.html traz uma reportagem sobre o stress infantil no Brasil. 



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Vídeo-aula 26: Uh-Batuk-Erê: Uma ação de comunidade

O professor Edson Azevedo, na vídeo-aula 26, traz uma experiência realizada na EMEF Professora Esmeralda Salles Pereira Ramos, no Tremembé. 
O projeto Uh-Batuk-Erê, tendo a arte como mediadora do multiculturalismo presente na identidade brasileira, iniciou-se devido aos estigmas observados na comunidade escolar: baixa autoestima, dificuldade de se colocar e expressar opiniões, distorções de identidade. Os muitos conflitos existentes no ambiente escolar e, na comunidade, mais amplamente, impulsionou o projeto, que tinha como objetivos principais garantir maior autonomia entre os alunos e estabelecer uma relação de diálogo entre os diversos saberes e tradições.

Etapas do projeto
1) encontros de formação;
2) oficinas: percussão, dança, capoeira, artesanato, oralidade, canto;
3) fóruns comunitários: espaço de discussão (demanda, estigmas, preconceitos, tomadas de decisão). A escola, assim, passa a assumir seu papel de responsabilidade em relação aos problemas da comunidade. Contato com leituras e textos - elaboração da Carta ao Esmeralda (carta de intenções com demandas colocadas pelos membros da própria comunidade e encaminhada para órgãos responsáveis);
4) trilhas culturais - jovens protagonistas vivenciando outros espaços da cidade de cultura e lazer;
5) apresentações externas (levar a experiência para outras comunidades) e internas (mostrar para a comunidade, em confraternizações, os resultados positivos do projeto - mudanças de comportamento entre os alunos, por exemplo).  

Conquistas locais e externas 
Locais: reconhecimento da escola como ser de referência de cultura afro-indígena. A escola obteve prêmios e mençoes honrosas - fortalecimento do grupo.
Externas: âmbito federal. Os alunos cumpriram seu papel de protagonistas e organizaram o espetáculo "Mulheres e Divindades", exibido em São Paulo.

O que o projeto trouxe de inovador?
Fundamentalmente, o diálogo permanente entre a ação, a emoção e a nova ação, em um processo contínuo de formação que aproxima seus componentes - processo de ruptura.

O que mudou com o projeto?
- relação como grupos;
- atuação e envolvimento nos espaço-escola;
- compartilhamento de ações coletivas;
- encontros comunitários;
- redução de preconceitos e desigualdades;

Em que os alunos passaram a acreditar?
- resultados concretos e mensuráveis;
- ressignificação da escola como elemento agregador;
- envolvimento da comunidade;
- valorização do saber popular associado ao sistematizado;
- construção da cidadania com emoção e conhecimento;
- formação e reconhecimento de suas próprias histórias.

Após as apresentação do projeto Uh-Batuk-Erê, fica claro que a escola tem um papel muito grande de responsabilidade comunitária, e pode, junto à comunidade, transformar espaços, indo além de seus muros. Os fóruns precisam exisitr, como espaços de discussão e busca de soluções para os problemas enfrentados pela escola e comunidade.

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (Fernando Pessoa)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vídeo-aula 25 : Relações com as comunidades e a potência do trabalho em rede

O  mundo em que vivemos, hoje, é multifacetado. Disponível em http://www.historiadomundo.com.br/upload/Historia%20Contemporanea%20-%20HISTORIA%20DO%20MUNDO.jpg

Na vídeo-aula 25, a professora Patrícia Junqueira Grandino considera alguns aspectos da realidade histórica a qual vivenciamos (contemporaneidade). Vivemos um tempo de fragmentação, na qual a realidade é multifacetada e a sucessão dos eventoss assume um ritmo frenético, o que impõe alguns efeitos nas relações entre as pessoas e na produção de subjetividade.

Contemporaneidade
- final do século XX (últimos 35 anos), notáveis descobertas e progressos científicos, progressão do nível de vida;
- crescimento econômico não garante equidade, não garante o respeito pela condição humana.
Vivemos em tempos de paradoxos, pois é possível perceber, em nosso cotidiano e em nossas grandes relações, tensões dificlmente superadas. 

Tensões
- cultura de massa x cultura local: tornar-se cidadão do mundo sem perder referências e pertencimento à comunidade de origem;
- tradição x modernidade: construir sua autonomia em dialética com a liberdade e a evolução do outro, dominar o progresso científico;
- competição x igualdade de oportunidades: conciliar a competição que estimula, a cooperação que força e a solidariedade que une.

Comunidades: realidade social que garante a permanência de laços sociais mais estreitos - locais de afirmação de identidade de sujeitos e grupos. Em uma comunidade, há relações de afetos e sentimento de pertença e potencial de solidariedade pelo reconhecimento recíproco (família, associações, igrejas). As 
comunidades podem ser consideradas espaços privilegiados de garantia e exercício da cidadania. 

Trabalho em rede - importantes trabalhos de intervenção comunitária.
Objetivos: 
- potecializar os recursos da comunidade;
- fortalecer a implicação dos diferentes atores de uma comunidade;
- problematizar questões emergentes da comunidade coletivamente;
- identificar estratégias de enfrentamento compartilhadas.

Como exemplo de trabalho em rede, a professora Patrícia destaca:

Quais seriam os atores que poderiam ser convocados a participar dessa discussão e operar no sentido de pensar estratégias de intervenção para essa realidade ?

Atores potenciais: professores, conselheiros tutelares, líderes religiosos, mães, pais, avós (a importância nessa perspectiva da tradição, as relações inter geracionais e o ganho que elas podem oferecer num trabalho de acolhimento e fortalecimento dos vínculos), educadores sociais, agentes comunitários de saúde, adolescentes, universidades.

Organização de um plano de atividades ativas e participativas sobre a temática:
- fóruns de discussão sobre o ECA;
- formação de adolescentes multiplicadores de práticas de solidariedade comunitária;
- oficinas de pais e educadores (efeito preventivo).


Os resultados, assim, são potencializados, os vínculos, fortalecidos e as relações entre membros da comunidade passam a acontecer, de fato. 




sábado, 3 de dezembro de 2011

Vídeo-aula 24: Mídia e comportamento

Li Li Min inicia a vídeo-aula 24 dizendo que somos bombardeados o tempo todo com informações provenientes de diferentes mídias. Muitas vezes, esses valores são cultuados de maneira inapropriada.



A professora Lilia Freire traz alguns apontamentos sobre o tema:

Infância e adolescência
- período de imaturidade e transformações físicas e psíquicas, com mudanças radicais e abruptas;
- períodos dinâmico onde se estabelecem atitudes, conceitos e valores, formam condutas;
- constitui o período de maior vulnerabilidade a influências externas.

Socialização
- processo através do qual o ser humano interioriza valores, crenças, atitudes e normas de conduta que são próprias de seu grupo social ou sociedade, incorporando à sua personalidade;
- pelo seu acesso universal, sem deslocamento, por não segregar e pela sua eficiência, a mídia constitui um importante meio de socialização.

Mídia:
- TV
- cinema
- impressos
- música
- computador
- videogames
- celular
- multimídia

Influência da Mídia
- retratam modelos de conduta de uma determinada maneira, selecionam informações e conhecimentos, e fornecem estímulos;
- efeito da terceira pessoa: assim como adultos, adolescentes acreditam que a mídia influencia a todos menos a si mesmo.

Crianças são influencidas pela mídia pois 
- aprendem por observação, imitação e pelas suas próprias atitudes;
- comportamentos agressivos são aprendidos pela imitação de modelos observados;
- exposição prévia à violência correlaciona com comportamento agressivo;
- crianças menores de 8 anos não diferenciam entre fantasia e realidade e são mais vulneráveis.
obs.: o tempo gasto de crianças e adolescentes usando mídia é em torno de 6 horas e 32 minutos por dia, ou seja, mais de 21 horas/semana de televisão, quase 2 horas de internet por dia, várias horas de música/dia como fundo para atividades.

Qual impacto negativo da mídia nas crinaças e nos adolescentes?
- atraso do desenvolvimento neuropsicomotores;
- sexualidade precoce;
- violência;
- transtornos alimentares;
- problemas escolares;
- uso de drogas.

Violência e TV
- aos 18 anos, um individuo terá visto 200.000 ações violentas na TV;
- de 10.000 horas monitoradas de programas de TV, 61 % apresentavam violência interpessoal, a maioria de maneira divertida ou glamourosa;
- maior percentagem de violência visto em programas infantis (100% por cento dos filmes infantis apresentam violência e heróis como meios justificados para resolver conflitos e vencer o inimigo).

Consequências da exposição prolongada da violência
- problemas físicos e mentais;
- condutas agressivas;
- dessensiblização à violência;
- medo;
- depressão;
- pesadelos;
- distúrbios do sono.

Mídia como o principal educador sexual
- mais de 75% dos shows em horário nobre apresentam conteúdo sexual, sendo que apenas 11% deles discutem riscos sociais;
- assistir imagens sexuais acelera o início da atividade sexual de adolescentes;
- adolescentes que assistem mais conteúdo sexual aumentam em duas vezes o risco de iniciar atividade sexual no ano seguinte.

Fatores associados à educação social via mídia
- pais deixaram de ser responsáveis, e discutem pouco métodos preventivos;
- escolas não fornecem educação sexual, não discutem orientação, nem incluem os pais nos programas;
- a visão da escola sobre educação sexual é uma visão mais anatômica, sobre a fisiologia e acabam não discutindo a autoestima, a questão da interação e do sentimento envolvido na sexualidade.

Internet
- favorece acesso fácil e ilimtado a sites pornográficos;
- favorece a pedofilia e o cyberbullying mesmo dentro de própria casa.

Efeito da mídia como substitutivo de outras atividades
- 2 a 3 horas de TV/dia resulta em menos atividade física, menos gasto energético, maior risco de obsedidade, diminuição da interação com amigos. O mundo virtual está cada vez mais interessante, fazendo com que o adolescente fuja do mundo concreto.

Videogames
- mídia com interação - participação ativa que aumenta o aprendizado;
- crianças que jogam videogames apresentam uma redução em atitudes pró-sociais e assistenciais e aumento em pensamento agressivos e respostas violentas;
- jogar videogames violentos é responsável por aumento de 13 a 23 por cento do comportamento violendo de adolescentes;
- o aumento de sentimentos de hostilidade e maior probabilidade de interagir e respoder a outros com violência;
- os jogos viciam.

Papel da mídia na ingestão de bebidas por adolescentes
- publicidade tem um modesto, mas considerável impacto no consumo de bebidas alcoolicas.

Papel dos professores em educar sobre a mídia
- estabelecer programas de ensino sobre mídia nas escolas;
- renovar ideias para ensino de mídia, uso e abuso de drogas e programas de educação sexual.


Vídeo-aula 23 : Uso de substâncias psicoativas

"O que se sabe atualmente é que ter informação sobre drogas pode não ser suficiente para evitar o uso delas. Porém, não ter informação, certamente, aumenta muito a chance desse uso acontecer." (Professora Renata Azevedo)

O professor Li Li Min apresenta a vídeo-aula 23, que trata-se do uso de substâncias psicoativas. Quando se fala em drogas, é comum que as pessoas remetam diretamente à drogas ilícitas e, assim, acabam se esquecendo das outras drogas, como o tabaco e o álcool, que, igualmente, trazem malefícios ao indivíduo.


A professora Renata Azevedo incia a aula lembrando que o consumo de substâncias psicoativas preocupam muito a sociedade atual.

Drogas: refere-se a toda substância que age no sistema nervoso central e produz mudanças de percepção, sentimentos, sensações e que é percebida como prazerosa pelos usuários (substâncias ilícitas, tabaco, álcool e medicamentos consumidos de forma abusiva).

As substâncias psicoativas podem ser lícitas (álcool, tabaco, medicamentos - ainda assim há algumas limitações, como a Lei Seca e a proibição de venda para menores de 18 anos) e ilícitas. Os consumidores começam a fazer uso dessas substâncias por diversas razões, como a busca pelo relaxamento e pela desinibição rápida. O adolescente que, geralmente, não se caracteriza como dependente, muitas vezes, faz o uso "anárquico" dessas substâncias, misturando componentes. Quando isso acontece, aumentam os riscos. 

O tema "drogas" deve ser debatido por inúmeros motivos: 
- o consumo vem crescendo nos últimos anos;
- tem sido consumidas em idades cada vez mais precoces;
- as consequências individuais (problemas de relacionamento, desempenho escolar, manutenção da rotina) e coletivas (acidentes de trânsito, problemas familiares) são drásticas.

E por que, mesmo conhecendo os riscos, as pessoas continuam usando?

Busca pela felicidade imediata, por novas experiências, curiosidade. 
Espera-se que essa curiosidade, típica, principalmente, entre os adolescentes, possa ser satisfeita por pessoas próximas ao adolescente, capazes de fornecer informações sérias e verdadeiroas sobre o tema: pais e professores devem estar informados e capacitados para que possam falar sobre o tema cotidianamente, de  froma tranquila e contextualizada. Importante compreender que alguns adolescentes são mais vulneráveis (aqueles que apresentam baixa autoestima, por exemplo), então, torna-se fundamental que pais e professores atentem-se a isso e procurem auxiliá-los. A experimentação é um sinal de alerta. Quando acontece o consumo inicial, é preciso observar e investigar. Na detecção do consumo, é necessário verificar a frequência de uso e buscar uma ajuda profissional, procurando evitar, assim, a dependência. Se a dependência já estiver instalada, são indicadas a psicoterapia (abordagem cognitiva-comportamental) e a medicação (para sintomas de abstinência e comorbidades)


Faz-se necessário o debate do assunto em sala de aula, a fim de alertar, orientar e informar o adolescente. 

O vídeo, produzido pelo Centro de Apoio - educação e saúde, esclarece os critérios para a dependência química. 


O vídeo traz uma entrevista com a presidente da BRAHA - Brasileiros Humanitários em Ação, e representante para a América latina da ONG World Federation Drugs, Profa. Mina Seinfield de Carakushansky, que ofereceu um panorama de como o problema se dá em outros países, além de soluções que o Brasil pode adotar para reduzir o consumo entre os jovens.  A entrevista está volatada para o consumo do crack, mas as informações aplicam-se ao consumo de todas as substâncias, lícitas ou ilícias.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Vídeo-aula 22: Lazer, juventude e esportes

Na vídeo-aula 22, o professor Ricardo Uvinha fala sobre a importância de se considerar o esporte na juventude e discute a relação juventude-esporte-comunidade dentro da educação comunitária. 
É importante destacar que temos, hoje, uma juventude, no mundo todo, apegada fortemente aos elementos da mídia de massa, em especial, à televisão. O esporte é item fundamental de lazer e se faz presente na vida do jovem, que é espectador (esporte na televisão) e, também, praticante.


Lazer do jovem

- sujeito ao "lazer-mercadoria";
- Deviant Leisure: "lazer desviante -> importante compreender que o lazer do jovem não assume, na maioria das vezes, um sentido de transgressão da ordem e da moral;
- esportes.
- papel dos grupos (as chamadas "tribos").


ESPORTES RADICAIS: a prática de esportes radicais tem sido comum na comunidade.

Cultura e identidade de grupo

- espaço físico;

- grupos, tribos, gênero;
- rixas;
- linguagem;
- vestimenta;
- música.


É imprescindível que entendamos a relação do jovem com a comunidade, pois ele se expressa, da mesma maneira, na escola e em seu grupo, sua tribo.  


Pedaço: simboliza o  “espaço onde [...] se desenvolve uma sociabilidade básica, mais ampla que a fundada nos laços familiares, porém mais densa, significativa e estável que as relações formais e individualizadas impostas pela sociedade.” 
O pedaço apresenta dois componentes:
1) de ordem “espacial” (o telefone público, a padaria, o campo de futebol, o bar)
2) de ordem “simbólica” (composto de uma ampla rede de relações sociais)

Esportes radicais, mass media e marketing
- Indústria se aproveita do marketing específico e proporciona consumo.

Classificação AÉREOS: paraquedismo, paraglider, voo livre, balonismo.

Montagem elaborada pela autora. Imagens de domínio público.

AQUÁTICOS: surf, boiacross, rafting, kitesurf. 

Montagem elaborada pela autora. Imagens de domínio público.


TERRESTRES: caminhada, snowboard, montain bike, off road.

Montagem elaborada pela autora. Imagens de domínio público.


Características da aventura
- resultados incertos;
- perigo e risco;
- desafio;
- novidade;
- exploração e descoberta;
- atenção e concentração;
- estímulo e entusiasmo.

O professor Ricardo cita uma reportagem da Revista Nova Escola, de agosto de 2006, que traz escolas que incluem esportes de aventura em seu currículo, tanto nas aulas de Educação Física como abrindo as escolas para a comunidade.

Motivação: 
- busca pelo "novo";
- experimentação;
- inovação.


Escolas – modalidades adaptadas:
- Banco sueco: esportes com prancha;
- Rolamentos em colchonetes: esportes aéreos;
- Equipamentos trazidos pelos alunos.

Vivências fora da escola: bóiacross, rafting, surfe, escalada outdoor, cascading/canyoning, trekking, rapel.
A questão ambiental e os elementos de cooperação e sociabilidade, essenciais à comunidade, devem ser valorizados.

Lazer do jovem:
- Compreensão das múltiplas experiências do lazer vivenciadas pelo jovem no seu tempo livre.
- Momentos de acentuada relevância em termos de valores e expressão, de signos sociais.
- Cultura juvenil multifacetada e em constante transformação.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Vídeo-aula 21: Lazer, cultura e elementos comunitários

Montagem elaborada pela autora. Imagens de domínio público.

Na vídeo-aula 21, o professor Ricardo Uvinha destaca a importância do lazer como uma esfera social e fala sobre a relação com a comunidade. O lazer tem uma dimensão completamente subjetiva e compreende uma esferal social significativa na vida das pessoas.

Dentre os inúmeros conceitos para lazer, o professor Ricardo destaca:
"O conceito de lazer é difícil de limitar a uma única definição. Como uma experiência compreendida por indivíduos diante de variados contextos, o estudo do lazer tem estado envolvido em três abordagens: tempo, atividade e estado da mente" (Handerser, 2001)

"Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participção social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se de obrigações profissionais, familiares e sociais" (Jofre Dumazedier)

Dumazedier define as 3 D's do lazer: descanso, divertimento, desenvolvimento

Conteúdos culturais do lazer propostos por Dumazedier
- Interesses artísticos: atividades realizadas no tempo livre das pessoas em que se enfatiza um caráter simbólico;  ligados a sentimentos e emoções: museu, teatro, televisão.

- Interesses intelectuais: conhecimentos vividos, busca de informações e objetivos presos à realidade: participação em cursos, jogo de xadrez, leitura.

- Interesses manuais: ligados à capacidade de manipulação, transformação de objetos e materiais, artesanato, cuidados com a natureza: jardinagem, cuidado com animais.

- Interesses sociais: contato face a face com pessoas: festas, bailes, bares, associações.
- Interesses físicos desportivos: atividades onde prevaleçam o movimento: esportes, ginástica, atividades físicas.

- Interesses turísticos: quebra da rotina temporal ou espacial, contato com novas situações, paisagens e culturas, turismo como elemento do lazer: passeio e viagens.

Equipamenteos de lazer
a) não-específicos: não são construídos de forma original para esta finalidade do lazer, mas podem ser adpatados e cumpriur com essa finalidade: ruas de lazer.
b) específicos: construídos para a finalidade do lazer, subordinados aos conteúdos culturais do lazer: (artísticos, intelectauis, manuais, sociais, físicos, turisticos)

Características dos equipamentos específicos:
- sistematização dos equipamentos conforme: conceito, programação, localização, atendimento, público e composição.
Se analisarmos, por exemplo, uma cidade grande como São Paulo, verificamos que os equipamentos de lazer não estão igualmente distribuídos entre os espaços: há um desquilibrio em termos de oferta e demanda. Nesse sentido, é importante estimular a criação de novos equipamentos específicos e possibilidades a partir dos equipamentos não especificos - abrir os espaços da escola, a fim de oferecer lazer à comunidade escolar. É fundamental que se consulte a comunidade local para verificar qual é o gosto inerente à ela.

Importância de um equipamento de lazer
- devem atender a população de uma forma democrática, o que significa convidar a população a participar da efetiva criação e construção desses equipamentos;
- receber política de animação cultural.

Atuação profissional
Os agentes socioculturais têm um importante papel na sensibilização para o usufruto do espaço/equipamento: associar atividades de lazer ao desenvolvimento da comunidade, estimulando a participação democrática e apropriando-se de espaços de lazer como uma esfera social.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Vídeo-aula 20: Bullying





Na vídeo-aula 20, a professora Paula Fernandes fala sobre o fenômeno do Bullying, ocorrência já comum nos dias de hoje. 
O bullying caracteriza-se pelo ato de agressão, física, verbal ou moral, que ocorre repetidas vezes, sem motivação evidente e realizada por vários estudantes contra um outro, numa relação desigual de poder. O fenômeno, mais comum entre os meninos do que entre as meninas, acontece no mundo todo. Aproximadamente, 50% das crianças em idade escolar já foram vítimas, sendo que 10% delas são vítimas regulares.

Agressores
- apresentam comportamento hostil, e se consideram melhores e superiores em relação aos alvos;
- acreditam na impunidade dos seus atos na escola, o que reforça o comportamento agressivo;
- estão em famílias desestimuladas, pais violentos, agressivos e opressores;
- geralmente já foram alvos;
- comorbidades: transtosrnos de conduta, TDAH.


Alvos
- alunos tímidos, quietos, inseguros, com poucas habilidades sociais, sem capacidade de reação;
- fisicamente mais frágeis;
- alunos novos, vindos de outras escolas ou cidades;
- alunos de religião e raça diferentes;


Testemunhas
- alvos indiretos do bullying;
- medo de falar o que presenciam; 
- ambiente escolar hostil e inseguro.

As vítimas de bullying geralmente não procuram ajuda porque acreditam que os agressores nunca serão punidos e, assim, têm medo de serem ainda mais prejudicados pelos agressores. As pessoas que presenciam situações de bullying, muitas vezes, minimizam o problema, tentando não tomar atitude diante do ocorrido, o que acaba se perpetuando e ficando mais grave.


Cyberbullying
- salas de bate papo, comunidades, páginas da internet, redes sociais;
- muitas vezes, agressores expõem imagens e vídeos das vítimas;
- geralmente acompanha o bullying dentro da escola, é um adicional.

No vídeo, a garota Isabela Nicastro, vítima do cyberbullying, fala, em entrevista a Serginho Groisman, sobre a experiência ruim pela qual passou. 



Sofrimento 
- causa grande sofrimento e afeta o desenvolvimento social, emocional e no relacionamento acadêmico;
- queda de rendimento escolar, resistem a ir à escola, troca frequente de escola;
- episódios depressivos, pânico, fobia escolar.


Bullying na escola - principais ações do agressor: apelidar, ameaçar, agredir, hostilizar, ofender, humilhar, discriminar, excluir, perseguir, assediar, furtar, quebrar objetos pessoais. 


Ações dos educadores

- identificar precocemente: levar em consideração que pode ser algo além de uma "briguinha";
- conscientização - prevenção e tratamento;
- casos mais greves: encaminhamentos médicos e psicológicos (de agressores, testemunhas e vítimas);
- programas antibullying: orientação à comunidade escolar - oferecer estratégias para lidar com o problema;
- tornar o ambiente agradável, seguro e acolhedor.

Os professores devem: 
- promover palestras, reuniões, textos explicativos;
- promover debates, atividades que considerem o respeito mútuo, o trabalho em grupo;
- comitês antibullying a fim de perceber a existência do bullying; 
- não tolerar bullying;
- estimular as denúncias contra o bullying;
- fornecer auxílios aos alvos, agressores e testemunhas.

No blog, o tema bullying já foi abordado. Segue o link: http://educatransforma.blogspot.com/2011/10/video-aula-28-o-fenomeno-do-bullying.html

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vídeo-aula 19: Violência nas escolas

Na vídeo-aula, apresenta pelo professor Li Li Min, a professora Lilia Freire R. de Souza traz algumas informações a respeito da adolescência e da violência que, infelizmente, ainda ocorre com muita nitidez no ambiente escolar.

Para ilustrar a aula, trago três reportagens, veiculadas, respectivamente, pelo portal G1 Goiás, portal R7 e Jornal Agora on-line. Em comum, os protagonistas das ações criminosas: adolescentes.

http://g1.globo.com/goias/noticia/2011/08/adolescente-rouba-posto-de-gasolina-e-faz-dois-refens-em-jaragua-go.html





Adolescência
- momento crítico da vida do ser humano no qual ocorrem intensas mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais, e se decide padrões de comportamento;
- período de grande responsabilidade e risco;
- possíveis trajetórias estão intimamente relacionadas com as vivências e aprendizados ocorridos na infância.


Problemas psicológicos e comportamentais na adolescência

- abuso de substâncias;
- problemas de internalização: manifesto por meio de perturbações emocionais  e cognitivas como depressão e ansiedade;
- problemas de externalização: manifestados por meio de problemas comportamentais.


Distúrbios de conduta

- transtorno caracterizando por um padrão de comportamento anti-social repetitivo e persistente em crianças e adolescentes. Às vezes classificado como psico-social, às vezes como psicopatológico;
- inclui desobediência, birras, brigas, destrutibilidade, mentira e roubo;
- é o problema mental mais comum na infância e adolescência: 7% em meninos e 3% em meninas, sendo que pequena parcela reincide, porém, quando reincide, 40 a 60% persistem na marginalidade.
Meninos são mais propensos a se envolver com violência e delinqüência e meninas são propensas a bater em membros da família.
Condutas violentas  podem acabar resultando em condutas criminais e anti-sociais.

Agressão física na infância
- problema de saúde pública;
- crianças agressivas podem se tornar adolescente e adultos violentos;
- precursor de problemas mentais na vítima e também no agressor (consumo de álcool e drogas, acidentes, crimes violentos, tentativa de suicídio, relações abusivas e paternidade negligente e abusiva).

Estatística do aumento da violência nos estados brasileiros (de 1996 a 2006) - Nordeste: 591%
- Norte: 523%
- Sul: 313%
- Centro-Oeste: 248%

Fatores de risco para distúrbios de conduta e delinqüência
- fatores de risco individuais (características biológicas, comportamentais e cognitivas do indivíduo);
- fatores de risco contextuais (familiares e sociais);
- vários fatores de risco de forma cumulativa resultam em sofrimento físico e emocional levando à delinqüência juvenil.

Fatores familiares e sociais
- disciplina e limites no núcleo familiar
- famílias disfuncionais e negligentes, que não têm a capacidade de impor regras para seus filhos
- doenças mentais dos pais
- estes fatores são afetados por fatores sociais (pobreza, fracasso escolar, desemprego, pobres redes de apoio e de relacionamento, perdas de pessoas significativas da família por meios violentos e muitas vezes presenciados por eles).

A pobreza, por si só, não caracteriza-se como uma forma direta de violência.  

Quais fatores promovem a violência ?
- Causas a longo prazo: práticas parentais inadequadas e exposição repetida à violência.
- Causas a curto prazo: consumo de álcool e drogas e a inserção em gangues.

Fatores de risco para comportamentos delinquentes
- morar em ares pobres e densamente povoada;
- vida familiar marcada pela pobreza e grande número de descendentes;
- negligência parental/ Cuidados e supervisão inadequados/ Sinais prematuros de comportamento anti-social na escola e em casa;
- agressividade/ Temperamento impulsivo/ Baixa inteligência/ Evasão escolar.

Fatores associados para a violência na escola
- performance escolar ruim;
- atitudes anteriores erradas; 
- sexo masculino; 
- baixa autoestima; 
- muitas mudanças de escola;
- população escolar com alto uso de drogas.

É dever da escola trabalhar temas como esse com seus alunos, a fim de orientá-los e conscientizá-los, além de procurar criar uma ponte com a comunidade e a família.

O tema da violência já foi abordado em outro momento neste mesmo blog. Vale conferir: http://educatransforma.blogspot.com/2011/10/video-aula-20-violencia-e-educacao.html

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vídeo-aula 18: A valorização da cultura corporal da comunidade no currículo escolar


Na vídeo-aula 18, o professor Marcos Neira discute três elementos combinados: cultura, currículo e transformações sociais, o que irá nos ajudar a pensar a valorização da cultura corporal da comunidade no currículo.  

Cultura corporal: toda produção simbólica que envolve práticas corporais; conjunto de conhecimentos que envolve brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes. Todos os grupos culturais, além da sua língua, sua religião, sua gastronomia, também possuem uma parte da cultura que se refere às praticas corporais. Cada grupo atribui significado específico para a prática corporal.


CULTURA E CULTURA CORPORAL

- concepção dos Estudos Culturais;
- movimento x gesto: o gesto é o movimento com significado, com intenção;
- produção da gestualidade: está sempre relacionada ao sentido que a prática corporal assume em determinada comunidade. 
- textos corporais: todas as comunidades têm ao seu redor determinados textos da cultura corporal: grupos de forró, de capoeira, skatistas, esportistas.

Para levar essas questões para dentro do currículo, é necessário que se pense em alguns elementos e princípios que encaminharão o procedimento.  São eles:

- Enraizar as identidades: necessário pensar no sentido que determinadas práticas corporais assumem na comunidade, que é multicultural; cada grupo inserido na comunidade atribui significados diferentes para a cultura corporal. 

- Justiça curricular: equilibrar, dentro do currículo, as práticas corporais que representem todos os grupos: brincadeiras do presente e do passado, práticas esportivas nacionais e internacionais, lutas da zona central e do interior - série de elementos que precisam ser equilibrados.
- Evitar o daltonismo cultural: reconhecer o arco-íris das culturas, ou seja, saber que há um universo grande de perspectivas que, ás vezes, não percebemos. O currículo deve contar com experiências diversificadas, para que as diferenças apareçam e sejam valorizadas.
- Ancoragem social dos conteúdos: práticas corporais selecionadas tendo em vista a existência dessa prática corporal fora da escola.

A Cultura Corporal é um patrimônio que precisa ser estudado, compreendido e apreciado na sala de aula. Dicas didáticas:
Mapeamento da cultura corporal: as práticas corporais escolhidas para se trabalhar no currículo são aquelas identificadas como as experiências culturais corporais da comunidade escolar.  Por exemplo: trabalhar com um artefato da cultura corporal: o pião.
- Ressignificação das práticas corporais: as crianças na sala de aula compõem uma microsociedade multicultural. Esse pião é ressignificado de várias maneiras.
Aprofundamento dos conhecimentos: o pião como produto de pesquisa.
- Ampliação: ampliar o significado ao redor do artefato (crianças indígenas brincando de outra maneira com o pião).

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Vídeo-aula 17: Transformações sociais, currículo e cultura

Na vídeo-aula 17, o professor Marcos Neira discute a ideia de que a sociedade vem se modificando bastante nos últimos tempos e de que forma isso acontece.

TRANFORMAÇÕES SOCIAIS E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
GLOBALIZAÇÃO: tema recorrente e atual. Nos deparamos com o outro, cotidianamente e quase que o tempo todo.Há autores que dizem que é um processo que remonta aos séculos XVI e XVII, com a circulação de bens e serviços, mas o professor trata do conceito de globalização situado nos últimos 50 anos, cujos principais efeitos podem ser sentidos nas relações cotidianas. 

O video mostra as principais características e consequências que a globalização trouxe para o mundo moderno:  http://www.youtube.com/watch?v=afNPIbOBsqY,  

CONTEXTO DEMOCRÁTICO: a sociedade vem, aos poucos, se democratizando. Como exemplo de tal fenômeno, podemos citar uma sala de aula: até pouco tempo atrás, não tínhamos a diversidade de público que temos hoje. Além disso, grupos afastados e desprovidos de condição há alguns anos como, mulheres e analfabetos, hoje têm participação ativa na sociedade.

SOCIEDADE MULTICULTURAL: sala de aula e família como espaços multiculturais: diferentes religiões, modos de visão, culturas.
FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: até bem pouco tempo atrás, a escola projetava o indivíduo na sociedade, fazendo com que o sujeito saísse do estágio do "não saber" para o de "saber"; hoje,  a noção de escola se transformou: é a instituição obrigatória que garantirá ao aluno uma experiência social de maneira mais qualificada - currículo (toda experiência proposta pela escola ou a partir dela - deixa marcas).

TEORIA CURRICULARES
a) TEORIAS TRADICIONAIS: objetivam recortar um pedaço da cultura considerada válida por parte de alguns grupos e fazer com que essa cultura chegue até os alunos - não colocam em questão o valor desses conhecimentos, eles simplesmente devem ser apreendidos pelos alunos. Essa maneira de entender o currículo começou a ser fortemente questionada por aqueles que defendiam uma sociedade organizada de outra maneira. Aos 60 a 80.
b) TEORIAS CRÍTICAS: anos 90; conjunto imenso de movimentos sociais e lutas travadas nos campos teórico e político que interferiam na teoria curricular de diversas maneiras. Os estudiosos do assunto chegaram à conclusão de que não são somente relações de poder interferem na seleção de conteúdos. 
c) TEORIAS PÓS-CRÍTICAS: vem nos ajudando a questionar, não só questões de classe, mas também as questões de genero, de moradia, etnia, faixa etária.

CULTURA: temos, hoje, uma confusão de conceitos. Observemos as definições para a palavra em épocas diversas:
- Cultuar, cultivar (Grécia Antiga)
- Estado de Espírito (França, sec XVIII)
- Associada à razão e civilização (Iluminismo)
- Fator de identidade nacional (Alemanha, sec XIX)
- Modo de produção de classe (Inglaterra, sec XIX)
Da Grécia até a Inglaterra, todas as trasnfomrações deixaram suas marcas.


Cultura, o olhar da Antropologia:
-Evolucionista: (Tylor)
-Relativista: (Boas)
-Funcionalista (Malinowiski)
-Sistêmica (Durkheim)
-Interpretativa (Geertz)
A ideia de sociedade multicultural e do conceito de cultura provém de um campo teórico chamado estudos culturais. A partir dos anos 50 surge cultura enquanto campo de luta para validação de significado.

Cultura: o olhar dos estados culturais
- campos de lutas
- incorporação
- distorção
- resistência
- negociação



sábado, 19 de novembro de 2011

Vídeo-aula 16: Sexualidade e prevenção de risco

O professor Li Li Min introduz o tema a ser abordado na vídeo-aula 16, a sexualidade, dando uma continuidade à aula anterior, ministrada pela professora Marici Brás. As professoras Lilia Freire e Marici Brás discutem o tema e a prevenção de risco, desde doenças sexualmente transmissíveis até a gravidez.

A distribuição de preservativos na escola é uma questão complexa e polêmica. Na opinião de alguns, a escola estaria estimulando a sexualidade nos alunos, se fornecesse camisinhas.  Outras, porém, vêem como uma forma de informação, orientação e prevenção. As professoras acreditam que a escola deve, sim, distribuir preservativos aos alunos, pois as estatísticas, infelizmente, indicam um número cada vez maior dos casos de AIDS e também, gravidez, entre os adolescentes.
De acordo com pesquisa da UNESCO, de 4 a 20% dos adolescentes nunca usaram preservativos durante uma relação sexual. Alguns adolescentes, com base na mesma pesquisa, apontaram que usam somente nas primeiras relações - deixam de usar nas próximas por considerarem o parceiro fixo.
No Brasil, grande parte das meninas ficam grávidas após a primeira relação sexual.

Dessa forma, torna-se claro que a escola deve, sim, realizar um trabalho em torno do assunto com seus alunos, a fim de conscientizá-los e orientá-los. É necessário que os profissionais envolvidos nos trabalhos, professores, médicos, palestrantes, procurem tratar o tema não apenas com base científica e teórica, mas abordando questões como afeto, respeito, possibilidade de escolha, responsabilidade de ambas as partes (e não apenas da menina).
Outra questão fundamental a ser amplamente discutida é o método de prevenção e proteção. É preciso que os adolescentes saibam que podem recorrer à dupla proteção para prevenção de DST/AIDS e para evitar a gravidez indesejada (camisinha e pílula, por exemplo).


Em entrevista à Patrícia Rizzo, a Dra. Carolina Carvalho Ambrogini, médica ginecologista e psicóloga, fala sobre o sexo na adolescência, seus benefícios e suas consequências.

A reportagem, veiculada pela TVE, de Salvador/BA, junto da entrevista com a diretora de ensino do estado da BA, Rosângela Araújo, mostra como é importante abordar o tema da sexualidade na escola.  


A escola é responsável por seus alunos e deve, por isso, agir efetivamente sobre o ser que está em plena formação, possibilitando a eles meios para que seu desenvolvimento e amadurecimento, também no aspecto sexual, aconteça de forma natural e sem riscos.