sábado, 5 de novembro de 2011

Vídeo-aula 8: Distúrbios alimentares (Anorexia e bulimia, obesidade)

Montagem produzida pela autora. Fotos de domínio público.


A professora Paula Fernandes apresenta a vídeo-aula 8, dizendo que uma alimentação equilibrada, completa, variada é fundamental para a nossa boa saúde. Os distúrbios alimentares acontecem pela interação de fatores psicológicos, biológicos, familiares e socioculturais: alterações significativas do comportamento alimentar.
De acordo com a professora Lilia de Souza Li, a alimentação, na adolescência, é determinada por fatores psicológicos, socioeconômicos e culturais e, por ser um período de crescimento e desenvolvimento, é uma fase de grande vulnerabilidade para os chamados distúrbios alimentares, o que pode resultar numa influência negativa sobre o crescimento e desenvolvimento.

NECESSIDADES NUTRICIONAIS DOS ADOLESCENTES
- período de aumento de necessidades energéticas, ingestão protéica (10 - 14 por cento);
- vitaminas:
* aumentar oferta de tiamina (o açúcar refinado diminui esta vitamina);
* vitamina C (fumantes e uso anticoncepcional);
* vitamina B12 (dietas radicais ou vegetarianos exclusivos);
* ácido fólico, aumento da vitmania A e D.
O princípio que norteia a alimentação é a pirâmide alimentar.

A pirâmide alimentar possui os princípios básicos de uma dieta saudável. Para mais informações sobre a pirâmide, acesse http://www.sklpharma.com.br/default.asp?lay=9&lang=p&id=2.
Foto disponível em http://www.sklpharma.com.br/images/pir_alim.jpg


TRANSTORNOS ALIMENTARES
- Anorexia Nervosa (AN);
- Bulimia Nervosa (BM);
- TA não especificado (TANE);
- AN atípica;
- BN atipica;
- Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP)
- outros.

AN e BN: psicopatologia central
- preocupação excessiva com o peso e a forma corporal;
- autoavaliação negativa, baseada na aparência física;
- dietas extremamente restritivas, descontrole do comportamento alimentar;
- métodos inapropriados para alcançar o corpo indealizado.

ANOREXIA NERVOSA
- medo mórbido de engordar, mesmo estando abaixo do peso normal;
- distorção grosseira da percepção da autoimagem corporal;
- dietas autoimpostas rígidas e até bizarras;
- busca desenfreada pela magreza;
A anorexia nervosa é uma doença complexa, de alta mortalidade (20% evoluem a óbito). Para o tratamento, é necessário uma equipe multidisciplinar.

BULIMIA NERVOSA
- compulsão alimentar;
- episódios recorrentes de ingestão de excesso de alimento com perda de controle;
- preocupação persistente com o comer e o desejo irresistível por comida;
- o medo de engordar e a culpa pela ingestão alimentar levam a métodos compensatórios: vômitos, laxantes, diuréticos, jejus.

OBESIDADE
- distúrbio do metabolismo energético, onde ocorre um armazenamento excessivo de energia no tecido adiposo, sob a forma de triglicérides;
- doença complexa, multifatorial, com sobreposição de fatores genéticos, comportamentais e ambientais.

Genética da obesidade:
- ter um dos pais obesos aumenta em mais de duas vezes o risco de uma criança obesa ou não obesa ser obesa na idade adulta e se ambos os pais forem obesos, o risco de obesidade dos filhos é de 80%.
- componente genético da predisposição alimentar: o padrão alimentar da criança tem relação direta com a alimentação do pais.
O tratamento da obesidade tem três objetivos principais:
- orientação alimentar;
- mudanças de hábitos;
- otimização a atividade física;
- criança segue padrões paternos, se esses não forem modificados ou manejados em conjunto, o insucesso do tratamento já é previsto.

A psiquiatra Ana Beatriz Silva esclarece causas e consequências dos principais transtornos alimentares, além de possibilidades de tratamento das doenças.

Como educadores, é necessário que trabalhemos esses temas na sala de aula e estejamos atentos aos comportamentos dos alunos, para que possamos identificar casos de anorexia, bulimia ou mesmo obesidade. Se suspeitarmos de algum caso, a professora Paula esclarece que devemos incentivar o aluno a buscar ajuda e, obviamente, oferecer todo o apoio necessário para seu tratamento. 


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vídeo-aula 7: Crescimento e desenvolvimento ponderal e hábitos alimentares

Na vídeo-aula 7, o professor Li Li Min apresenta o tema 'crescimento e o desenvolvimento ponderal' e a professora Lilia de Souza Li esclarece o assunto.

CRESCIMENTO
- variável;
- resultado da maturação óssea.
Podemos enumerar três fases do crescimento: 
1) entre 1 e 3 anos: primeira infância: caracteriza-se por ser período de maior crescimento pós-natal, uma criança ganha, em média, 25 cm no primeiro ano, 12,5 no segundo e 8 cm no terceiro; o fator mais importante para o crescimento nessa fase é uma nutrição adequada.
2) entre 4 e 8 anos: segunda infância: nesta fase, o crescimento mais estável, 4 a 8 cm por ano. Nesse período, os fatores mais importantes para o crescimento são os hormonais. 

3) entre 9 e 17 anos: puberdade: é a época das grandes tranformações físicas, emocionais e socias do indivíduo. Acontece uma aceleração no crescimento e o aparecimento dos caracteres sexuaus secundários.

DESACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO

- ocorre a partir do primeiro ano de vida e vai até o início da puberdade;
- a criança cresce progressivamente menos cm por ano até os 3 anos, passando por um período estável de crescimento entre 5 e 10 anos seguido por um segundo período de desaceleração até o início da puberdade (curva de velocidade de crescimento).

CURVAS DE VELOCIDADE DO CRESCIMENTO (MENINAS E MENINOS)

ESTADIO PUBERAL (aparecimento dos caracteres sexuais)
Nas meninas:
- primeiro sinal é o aparecimento de botão mamária (telarca), seguido de aparecimento de pêlos pubianos (pubarca) e, por último, a primeira menstruação (menarca);
- inciai-se entre 8 e 13 anos incompletos;
- estirão puberal na menina é mais precoce que no menino e mais curto, resultando numa estatura menor, comparada à altura do gênero oposto.

Nos meninos:
- o primeiro sinal é o crescimento dos testículos seguido de crescimento peniano e pêlos (pubarca);
- incia-se entre os 9 e 14 anos incompletos;
- estirão puberal ocorre, em média, dois anos mais tarde, comparado ao das meninas.

FORMAS DE ACOMPANHAR O CRESCIMENTO DE UMA CRIANÇA
- gráficos de crescimento;
- avaliar estatura e peso durante toda a fase do crescimento;
- avaliar o índice de massa corporal (IMC);
- observar idade de início de caracteres sexuais secundários.


No vídeo, em entrevista concedida para o Jornal MGTV, da Rede Globo, o endocrinologista Geraldo Santana fala sobre a baixa estatura e os fatores que interferem no crescimento infantil. 



Gráfico de crescimento
registro do padrão de crescimento de uma população;
- a linha central indica a média; 
- crescimento diferente para os sexos;
- compara a altura da criança com a altura da população como um todo.
Toda criança deve ter um gráfico de crescimento justamente para que seu processo seja acompanhado. É importante comparar a altura da criança com a da população em geral, a fim de identificar situações atípicas e riscos de doenças genéticas, hormonais ou sobrepeso.

O que influencia no crescimento de uma criança?
- atividade física;
- sono (GH - hormônio do crescimento - é liberado durante o sono profundo);
- nutrição.

O que influencia a estatura final do indivíduo?
- fator genético;
- fatores ambientais, como nutrição, higiene, questões sociais e problemas psicológicos;

CALCULANDO O CRESCIMENTO DE UMA CRIANÇA
 Nas meninas:  soma das estaturas dos pais, menos 13, dividido por 2.
 Nos meninos: soma das estaturas dos pais, mais 13, dividido por 2.
O canal de crescimento, que tem como objetivo identificar o potencial genético de crescimento e dar uma previsão da altura final da criança, estará mais ou menos 8 cm da estatura alvo.
Em crianças, o canal de crescimento varia de acordo com a idade e sexo; a partir do nascimento, há uma redução do IMC até por volta dos 4 a 6 anos. Quando o IMC começa a aumentar em uma criança menor que 4 anos, podemos dizer que ela apresenta grande risco de desenvolver obesidade na vida adulta.

Para mais informações:
www.cdc.gov/growthcharts/cdc_charts.htm -  o site traz dados, tabelas, informações sobre o assunto. Em inglês.
http://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=curvas_cresc_oms - o site da Penan (Política Nacional de Alimentação e Nutrição) traz inúmeras informações a respeito das curvas de crescimento, além de gráficos da OMS (Organização Mundial de Saúde) e dicas de boa alimentação e nutrição. Em português.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Vídeo-aula 6: Educação comunitária e questões de gênero na escola

O objetivo da vídeo-aula 6, com professora Valéria Arantes, é apresentar um trabalho de intervenção e de investigação cujo principal objetivo foi desenvolver projetos e ações que privilegiassem a construção de valores ancorados em fundamentos de ética, direitos humanos, igualdade de direitos entre homens e mulheres.

INTERVENÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR  E INVESTIGAÇÃO
- intervenção no cotidiano da escola e de suas relações com os conteúdos educativos e com a comunidade, visando promover a compreensão das situações de conflitos de gênero: a escola está desvinculada da comunidade; assim, a pesquisa, ancorada pela professora Valéria, teve como um dos objetivos romper os muros escolares e trazer temáticas relevantes para dentro da escola.
- busca de dados qualitativos e quantitativos que permitisse "avaliar" os resultados da intervenção

INTERVENÇÃO - MÉTODO
Frentes de trabalho:
- planejamento de ações: a professora Valéria e seus alunos reuniam-se, uma vez por semana, com os professores de algumas escolas públicas, para orientações;
- Fórum escolar de ética e cidadania: reunião mensal nas escolas, junto de toda a comunidade - policiais, famílias, professores, conselho tutelar e outros;
- Pedagogia de Projetos: trabalho transversal e interdisciplinar - trazer a questão do gênero para dentro do currículo;
- trilhas, mapas e roteiros: mapear no bairro as situações em que aconteciam desigualdade de gênero;
- ações de formação de professores.

METODOLOGIA 
- observações diretas e indiretas: registro de tudo o que acontecia na escola;
- diário de campo;
- entrevistas individuais orais e por escrito;
- questionários abertos aplicados com alunos, pais e toda a comunidade;
- relatórios dos professores-bolsistas sobre seus sub-projetos.

A professora Valéria e seus alunos fizeram algumas entrevistas para identificar quais os principais conflitos de gênero presentes em seu cotidiano, que foram assim caategorizados:
- conflitos amorosos;
- traição;
- separação;
- violência contra o homem;
- violência contra a mulher.

SUGESTÃO PARA OS CONFLITOS (relatada pelos próprios estudantes das escolas)
- categoria 'não-moral': não há princípios morais envolvidos, não recorre a princípios éticos;
- categoria 'mágica': solução que transcende qualquer participação das pessoas envolvidas;
- categoria 'moral': soluções baseadas em princípios de justiça e igualdade.

Ao final da pesquisa, percebeu-se que a intervenção favoreceu uma mudança no raciocínio moral das pessoas. Antes da realização do trabalho, a maioria dos entrevistados sugeriam uma ação 'mágica' para a resolução do problema. Após o trabalho, a maioria das sugestões de ações se encaixavam na categoria 'moral', com princípios éticos sendo considerados para resolver os conflitos.

"É possível promover uma intervenção que favoreça uma lógica pautada em princípios de ética e justiça entre homens e mulheres, rompendo uma ordem social que parece naturalizar a violência e a discriminação entre gêneros." (Professora Valéria Arantes)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Vídeo-aula 5: Protagonismo juvenil e participação escolar

Tu me dizes, eu esqueço; tu me ensinas, eu lembro; tu me envolves, eu aprendo". (Benjamin Franklin)  

O professor Ulisses, na vídeo-aula 5, fala sobre a importância de nós, educadores, promovermos o protagonismo juvenil e a participação escolar de nossos alunos. O aluno que tem papel ativo no processo de ensino-aprendizagem é capaz de reinventar a escola e transformar-se em cidadão crítico e autônomo, mais preparado para lidar com os problemas do dia a dia. 


Referência da aula:
'A educação deve promover o acesso aos bens culturais exigidos pela sociedade contemporânea e garantir formação política que permita aos jovens participar da vida social de forma mais crítica, dinâmica e autônoma'


ESTRATÉGIAS PARA A PROMOÇÃO DO PROTAGONISMO JUVENIL NA ESCOLA
De que forma é possível propiciar a participação ativa do estudante na escola?
- Aprendizagem Baseada em Problemas: metodologia ativa de aprendizagem. 
 “É uma estratégia pedagógica que apresenta aos estudantes situações significativas e contextualizadas no mudo real.” (Mayo, Donnelly, Nash & Schwartz,1993).
O aluno traz o problema para dentro da sala de aula, para o currículo, e, assim, problematiza uma situação conflituosa e age sobre ela.
- assembleias escolares - técnica em que os alunos decidem as regras da sala de aula, estabelecendo as formas de convívio em que a sala organizará seu dia a dia;
- grêmios estudantis - incentiva a participação política;
- estratégias de resolução e de mediação de conflitos (figura do professor mediador, aluno mediador);
- estratégias de aproximação entre escola, família e comunidade.

Quando trabalhamos no sentido de promover o protagonismo e a participação ativa dos estudantes na escola, aumentamos a possibilidade de de que os alunos construam valores morais que vão ao encontro dos interesses da comunidade.