sábado, 10 de março de 2012

Vídeo-aula 8: A característica multicultural da sociedade contemporânea e suas consequências para a convivência democrática.

Na vídeo-aula 8, dentro da disciplina Convivênia Democrática, o Professor Marcio Garcia Nogueira fala sobre as características de uma sociedade multicultural e suas consequências para a convivências democráticas.

O século XXI trouxe mudanças, geográficas, econômicas, políticas, significativas na organização para o mundo contemporâneo. O professor faz referência ao conceito 'Comunidades Imaginárias', elaborado por Anderson (1993): diante de tanta transformação e experiências diferentes, nos sentimos encaixados em certos grupos, temos uma marca de pertencimento a eles.
A grande disseminação de "textos" culturais têm por principal objetivo estabelecer políticas de identidade nos sujeitos. Revistas, filmes, livros didáticos, aulas, práticas sociais exercem grande influência sobre nosso comportamento. Textos culturais trazem políticas predominantes:

Identidade (forma correta de ser)/Diferença (forma incorreta de ser)


Família tradicional (casal heterossexual) x Nova família (casal homossexual). Montagem elaborada pela autora. Imagens disponíveis em  http://blogescoladepais.com.br/blogescoladepais/wp-content/uploads/2012/03/familia-feliz.jpg / http://24.media.tumblr.com/tumblr_le6x19Xb341qfihr6o1_500.jpg


É fundamental para que haja uma verdadeira convivência democrática que a identidade e a diferença estejam em equilíbrio.

Consequências:
- "choque de civilizações" (HUNTINGTON, 1997);
- novos elementos geradores de conflitos: gênero, religião, etnia, etc;
- homogeneização x distinção (textos culturais ora tentam homogeneizar os grupos ora nos deparamos com práticas que defendem as diferenças);
- mecanismos de inclusão x mecanismos de exclusão;
- elaboração de representações sobre o Outro;
- reivindicação da diversidade.

Reações:
- questionamento do modelo hegemônico;
- movimentos sociais;
- ações afirmativas;
- visibilidade crescente da diversidade;
- reconhecimento da diferença - base da convivências democrática;
- políticas inspiradas no multiculturalismo.

Vídeo-aula 7: Identidade e diferença na perspectiva dos Estudos Culturais

O professor Mario Nunes aborda a problemática da identidade e diferença na perspectiva dos estudos culturais.
Interessa compreender a relação que ocorre entre os sujeitos e o modo como eles são definidos e marcados.


Concepções de identidade
1) Sujeito do Iluminismo: sujeito nasce com uma identidade que pouco se desenvolve ao longo da vida. 
2) Sujeito Sociológico: sujeito sofre influências do mundo externo, estabelecendo identidades de acordo com a cultura no qual está inserido. Concepção dominante  no ambiente escolar.
3) Sujeito pós-moderno: o sujeito pós-moderno é composto de várias identidades - de classe, gênero, etnia, religião - e todas sofrem transformações; possui identidade contraditória e transitória.

Construção da identidade
De acordo com o Professor Mario, a identidade do sujeito é construída de forma social e simbólica. Há uma tendência do sujeito em fixar sua identidade, o que significa normatizar um modo de vida e não outro. Dessa forma, considera-se incorreto tudo o que não está inserido nesta norma. Afirmar a identidade e marcar a diferença tem a ver com relações de poder. 

Identidade da diferença
A diferença, estabelecida culturalmente, pode ser compreendida como um conjunto de princípios que organizam a seleção, a inclusão, a exclusão. A sociedade é capaz de construir a identidade da diferença,  com suas próprias classificações; quem classifica tem o poder de atribuir valores e hierarquizar o que é classificado. As identidades são diferenciadas por meio de oposições oposições binárias, como homem/mulher, homossexual/heterossexual, negro/branco, mente/corpo, razão/emoção, bem/mal. 
A identidade se constrói de modo que o sujeito se percebe como não tendo nada em comum com a outra identidade.
Quando um sujeito sente-se inserido em um determinado grupo,  as diferenças passam a ser menos percebidas por eles. Um bom exemplo a ser citado é uma sala de aula: todos alunos da mesma série ou escola e, apesar de pertencerem a classes sociais, religiões e gêneros diferentes, identificam-se pela sua condição de pertencimento a uma unidade de ensino.Os grupos são sempre marcados pelo uso de certos tipos de símbolo, seja materialmente ou ritualmente, como um tipo de roupa específico, músicas, revistas, tatuagens, cultos religiosos, etc. Os símbolos criam, simultaneamente, o pertencimento e a diferença de fronteiras que sinalizam quem está dentro e quem está fora do grupo.
Outro ponto a ser considerado é que a identidade também esbarra nos mitos, como, por exemplo, o mito de que o futebol, em outras épocas, era melhor que o futebol atual. 

Concluindo, não há somente uma identidade. O sujeito é formado por várias que são mantidas, estimuladas ou reprimidas. Na escola, faz-se necessário que conheçamos cada sujeito, com suas diferenças e particularidades, tendo o cuidado de garantir a participação de todos na construção da cidadania e na tomada de decisões para o bem coletivo. 

No link a seguir, Marian A. L. Dias Ferrari, discorre, como parte de sua tese de doutorado, sobre "O papel da diferença na construção da identidade".
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0006-59432006000100002&script=sci_arttext

segunda-feira, 5 de março de 2012

Vídeo-aula 6: Direito Internacional e EDH

Na vídeo-aula 6, o Professor Guilherme de Almeida fala sobre o Direito Internacional e a EDH.

Noção de pessoa: criada pelo próprio direito. Ao nascer, o bebê recebe um nome, um sobrenome e um documento, a certidão de nascimento - o que dá a ele diversos direitos, entre eles, o direito de frequentar uma escola. O critério da nacionalidade vai ser determinado pela lei de cada país: 'brasileiro é aquele que nasce em território brasileiro', 'é alemão é quem é filho de pais alemães'.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Segunda Guerra Mundial. Campos de concentração na Alemanha nazista: considerados a solução final para o chamado 'problema judeu'; o estado nazista apresentou critérios para determinar quem era cidadão alemão e cidadão não-alemão, o que fez com que os judeus perdessem sua nacionalidade alemã, e, com ela, seus direitos à proteção do próprio estado. 

Massacre de judeus durante o período da Segunda Guerra, na Alemanha nazista - ponto de partida para a criação de um documento universal, pautado nos direitos humanos, obrigatório a todos: a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em http://www.dominiosfantasticos.xpg.com.br/holocaust7.jpg

A partir daí, a comunidade internacional oferece uma resposta jurídica ao tudo que aconteceu durante o período: a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS DE 1948.

Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
                                                                      
Artigo I

Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.   





Assim, fica claro que a Declaração, logo em seu Artigo I, estabelece que os direitos humanos são garantia do ser humano a partir do primeiro dia de vida. 

A Declaração é um instrumento que deve ser estudado e compreendido por todas as pessoas que trabalham com educação, devido à responsabilidade de dar vida cotidiana a esse instrumento. Então, o professor deve olhar para cada estudante de seu ambiente pedagógico de forma a considerá-lo em sua individualidade e especificidade. O direito humano deve ser universalizado para todas as pessoas e, posteriormente, especificado de acordo com a necessidade do sujeito de direitos.

No vídeo, dividido em três blocos, produzido pela Universidade Católica de Pernambuco, professores debatem a criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.



Segue o link para acesso à Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de Dezembro de 1948. http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf

domingo, 4 de março de 2012

Vídeo-aula 5: Entrevista com Prof. Solon Viola sobre representação social do DH no Brasil

Na vídeo-aula 5, a Professora Ana Maria Klein entrevista o Professor Solon Viola.

O Professor Solon Viola afirma que os direitos humanos são recentes na sociedade brasileira, não estando, assim, enraizados. Surgiram acompanhados de um contraponto, construído através da grande mídia. Os direitos humanos surgiram em meio às lutas da sociedade brasileira pela democracia e liberdade contra a ditadura; a mídia reagiu seguindo os cânones dos modelos militares da época - o que significa considerar direitos humanos direitos de pessoas de má fé, como bandidos e terroristas, por exemplo.  A mídia trabalhou com uma herança da escravidão, do desprezo ao pobre e por todos aqueles que têm sua vida ligada ao campo do trabalho. Os direitos humanos surgem no Brasil representando o desejo de igualdade e liberdade, mas se depara com uma herança história do pensamento da cultura dominante e fortalecido pela grande mídia.


O Professor fala sobre o tempo como aliado, no sentido de possibilitar uma alteração de conceitos enraizados na sociedade: tempo de refazer passado e reencontrar conquistas. Uma nova representação dos direitos humanos pode surgir, quando analisadas todas as conquistas do povo brasileiro. 
A educação tem um papel significativo neste caminho, pois os educandos devem ser tratados como seres humanos, de fato, já que é na escola que eles vão se reconhecer, cotidianamente, como um sujeito pleno de direitos e de condições de dignidade, essenciais para a vida humana em sociedade.

O papel da escola
De acordo com Solon Viola, o direito humano é uma declaração, um desejo que a humanidade vai construindo para além da dimensão de nação; os direitos humanos não estão presos e precisam passar por cima dos muros, ultrapassar fronteiras, porque todos somos humanos - cada ser humano tem a condição humana como condião primeira.
A escola precisa compreender que seu aluno é um ser humano, dotado de saberes e direitos, que tem a necessidade de compreender e assimilar seus direitos. A sala de aula deve ser o lugar da palavra e do pensamento, onde é possível que os alunos aprendam a conhecer o mundo no seu lugar. Alunos e professores devem dialogar, produzindo espaços de democratiação nas escolas.

Basta conhecermos nossos diretos?
O Professor Solon Viola deixa claro que precisamos saber conhecer nossos direitos, o que significa que precisamos aprendê-los a vivenciá-los, colocá-los em prática em nosso cotidiano, tornar concreto o que é  sabido.O conhecimento precisa ser processado e exercitado.

Trecho da entrevista do Professor Solon Viola, cedido para a Professora Ana Maria Klein, para o curso Ética, Valores e Cidadania na Escola.