quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Vídeo-aula 20: Bullying





Na vídeo-aula 20, a professora Paula Fernandes fala sobre o fenômeno do Bullying, ocorrência já comum nos dias de hoje. 
O bullying caracteriza-se pelo ato de agressão, física, verbal ou moral, que ocorre repetidas vezes, sem motivação evidente e realizada por vários estudantes contra um outro, numa relação desigual de poder. O fenômeno, mais comum entre os meninos do que entre as meninas, acontece no mundo todo. Aproximadamente, 50% das crianças em idade escolar já foram vítimas, sendo que 10% delas são vítimas regulares.

Agressores
- apresentam comportamento hostil, e se consideram melhores e superiores em relação aos alvos;
- acreditam na impunidade dos seus atos na escola, o que reforça o comportamento agressivo;
- estão em famílias desestimuladas, pais violentos, agressivos e opressores;
- geralmente já foram alvos;
- comorbidades: transtosrnos de conduta, TDAH.


Alvos
- alunos tímidos, quietos, inseguros, com poucas habilidades sociais, sem capacidade de reação;
- fisicamente mais frágeis;
- alunos novos, vindos de outras escolas ou cidades;
- alunos de religião e raça diferentes;


Testemunhas
- alvos indiretos do bullying;
- medo de falar o que presenciam; 
- ambiente escolar hostil e inseguro.

As vítimas de bullying geralmente não procuram ajuda porque acreditam que os agressores nunca serão punidos e, assim, têm medo de serem ainda mais prejudicados pelos agressores. As pessoas que presenciam situações de bullying, muitas vezes, minimizam o problema, tentando não tomar atitude diante do ocorrido, o que acaba se perpetuando e ficando mais grave.


Cyberbullying
- salas de bate papo, comunidades, páginas da internet, redes sociais;
- muitas vezes, agressores expõem imagens e vídeos das vítimas;
- geralmente acompanha o bullying dentro da escola, é um adicional.

No vídeo, a garota Isabela Nicastro, vítima do cyberbullying, fala, em entrevista a Serginho Groisman, sobre a experiência ruim pela qual passou. 



Sofrimento 
- causa grande sofrimento e afeta o desenvolvimento social, emocional e no relacionamento acadêmico;
- queda de rendimento escolar, resistem a ir à escola, troca frequente de escola;
- episódios depressivos, pânico, fobia escolar.


Bullying na escola - principais ações do agressor: apelidar, ameaçar, agredir, hostilizar, ofender, humilhar, discriminar, excluir, perseguir, assediar, furtar, quebrar objetos pessoais. 


Ações dos educadores

- identificar precocemente: levar em consideração que pode ser algo além de uma "briguinha";
- conscientização - prevenção e tratamento;
- casos mais greves: encaminhamentos médicos e psicológicos (de agressores, testemunhas e vítimas);
- programas antibullying: orientação à comunidade escolar - oferecer estratégias para lidar com o problema;
- tornar o ambiente agradável, seguro e acolhedor.

Os professores devem: 
- promover palestras, reuniões, textos explicativos;
- promover debates, atividades que considerem o respeito mútuo, o trabalho em grupo;
- comitês antibullying a fim de perceber a existência do bullying; 
- não tolerar bullying;
- estimular as denúncias contra o bullying;
- fornecer auxílios aos alvos, agressores e testemunhas.

No blog, o tema bullying já foi abordado. Segue o link: http://educatransforma.blogspot.com/2011/10/video-aula-28-o-fenomeno-do-bullying.html

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vídeo-aula 19: Violência nas escolas

Na vídeo-aula, apresenta pelo professor Li Li Min, a professora Lilia Freire R. de Souza traz algumas informações a respeito da adolescência e da violência que, infelizmente, ainda ocorre com muita nitidez no ambiente escolar.

Para ilustrar a aula, trago três reportagens, veiculadas, respectivamente, pelo portal G1 Goiás, portal R7 e Jornal Agora on-line. Em comum, os protagonistas das ações criminosas: adolescentes.

http://g1.globo.com/goias/noticia/2011/08/adolescente-rouba-posto-de-gasolina-e-faz-dois-refens-em-jaragua-go.html





Adolescência
- momento crítico da vida do ser humano no qual ocorrem intensas mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais, e se decide padrões de comportamento;
- período de grande responsabilidade e risco;
- possíveis trajetórias estão intimamente relacionadas com as vivências e aprendizados ocorridos na infância.


Problemas psicológicos e comportamentais na adolescência

- abuso de substâncias;
- problemas de internalização: manifesto por meio de perturbações emocionais  e cognitivas como depressão e ansiedade;
- problemas de externalização: manifestados por meio de problemas comportamentais.


Distúrbios de conduta

- transtorno caracterizando por um padrão de comportamento anti-social repetitivo e persistente em crianças e adolescentes. Às vezes classificado como psico-social, às vezes como psicopatológico;
- inclui desobediência, birras, brigas, destrutibilidade, mentira e roubo;
- é o problema mental mais comum na infância e adolescência: 7% em meninos e 3% em meninas, sendo que pequena parcela reincide, porém, quando reincide, 40 a 60% persistem na marginalidade.
Meninos são mais propensos a se envolver com violência e delinqüência e meninas são propensas a bater em membros da família.
Condutas violentas  podem acabar resultando em condutas criminais e anti-sociais.

Agressão física na infância
- problema de saúde pública;
- crianças agressivas podem se tornar adolescente e adultos violentos;
- precursor de problemas mentais na vítima e também no agressor (consumo de álcool e drogas, acidentes, crimes violentos, tentativa de suicídio, relações abusivas e paternidade negligente e abusiva).

Estatística do aumento da violência nos estados brasileiros (de 1996 a 2006) - Nordeste: 591%
- Norte: 523%
- Sul: 313%
- Centro-Oeste: 248%

Fatores de risco para distúrbios de conduta e delinqüência
- fatores de risco individuais (características biológicas, comportamentais e cognitivas do indivíduo);
- fatores de risco contextuais (familiares e sociais);
- vários fatores de risco de forma cumulativa resultam em sofrimento físico e emocional levando à delinqüência juvenil.

Fatores familiares e sociais
- disciplina e limites no núcleo familiar
- famílias disfuncionais e negligentes, que não têm a capacidade de impor regras para seus filhos
- doenças mentais dos pais
- estes fatores são afetados por fatores sociais (pobreza, fracasso escolar, desemprego, pobres redes de apoio e de relacionamento, perdas de pessoas significativas da família por meios violentos e muitas vezes presenciados por eles).

A pobreza, por si só, não caracteriza-se como uma forma direta de violência.  

Quais fatores promovem a violência ?
- Causas a longo prazo: práticas parentais inadequadas e exposição repetida à violência.
- Causas a curto prazo: consumo de álcool e drogas e a inserção em gangues.

Fatores de risco para comportamentos delinquentes
- morar em ares pobres e densamente povoada;
- vida familiar marcada pela pobreza e grande número de descendentes;
- negligência parental/ Cuidados e supervisão inadequados/ Sinais prematuros de comportamento anti-social na escola e em casa;
- agressividade/ Temperamento impulsivo/ Baixa inteligência/ Evasão escolar.

Fatores associados para a violência na escola
- performance escolar ruim;
- atitudes anteriores erradas; 
- sexo masculino; 
- baixa autoestima; 
- muitas mudanças de escola;
- população escolar com alto uso de drogas.

É dever da escola trabalhar temas como esse com seus alunos, a fim de orientá-los e conscientizá-los, além de procurar criar uma ponte com a comunidade e a família.

O tema da violência já foi abordado em outro momento neste mesmo blog. Vale conferir: http://educatransforma.blogspot.com/2011/10/video-aula-20-violencia-e-educacao.html

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vídeo-aula 18: A valorização da cultura corporal da comunidade no currículo escolar


Na vídeo-aula 18, o professor Marcos Neira discute três elementos combinados: cultura, currículo e transformações sociais, o que irá nos ajudar a pensar a valorização da cultura corporal da comunidade no currículo.  

Cultura corporal: toda produção simbólica que envolve práticas corporais; conjunto de conhecimentos que envolve brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes. Todos os grupos culturais, além da sua língua, sua religião, sua gastronomia, também possuem uma parte da cultura que se refere às praticas corporais. Cada grupo atribui significado específico para a prática corporal.


CULTURA E CULTURA CORPORAL

- concepção dos Estudos Culturais;
- movimento x gesto: o gesto é o movimento com significado, com intenção;
- produção da gestualidade: está sempre relacionada ao sentido que a prática corporal assume em determinada comunidade. 
- textos corporais: todas as comunidades têm ao seu redor determinados textos da cultura corporal: grupos de forró, de capoeira, skatistas, esportistas.

Para levar essas questões para dentro do currículo, é necessário que se pense em alguns elementos e princípios que encaminharão o procedimento.  São eles:

- Enraizar as identidades: necessário pensar no sentido que determinadas práticas corporais assumem na comunidade, que é multicultural; cada grupo inserido na comunidade atribui significados diferentes para a cultura corporal. 

- Justiça curricular: equilibrar, dentro do currículo, as práticas corporais que representem todos os grupos: brincadeiras do presente e do passado, práticas esportivas nacionais e internacionais, lutas da zona central e do interior - série de elementos que precisam ser equilibrados.
- Evitar o daltonismo cultural: reconhecer o arco-íris das culturas, ou seja, saber que há um universo grande de perspectivas que, ás vezes, não percebemos. O currículo deve contar com experiências diversificadas, para que as diferenças apareçam e sejam valorizadas.
- Ancoragem social dos conteúdos: práticas corporais selecionadas tendo em vista a existência dessa prática corporal fora da escola.

A Cultura Corporal é um patrimônio que precisa ser estudado, compreendido e apreciado na sala de aula. Dicas didáticas:
Mapeamento da cultura corporal: as práticas corporais escolhidas para se trabalhar no currículo são aquelas identificadas como as experiências culturais corporais da comunidade escolar.  Por exemplo: trabalhar com um artefato da cultura corporal: o pião.
- Ressignificação das práticas corporais: as crianças na sala de aula compõem uma microsociedade multicultural. Esse pião é ressignificado de várias maneiras.
Aprofundamento dos conhecimentos: o pião como produto de pesquisa.
- Ampliação: ampliar o significado ao redor do artefato (crianças indígenas brincando de outra maneira com o pião).

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Vídeo-aula 17: Transformações sociais, currículo e cultura

Na vídeo-aula 17, o professor Marcos Neira discute a ideia de que a sociedade vem se modificando bastante nos últimos tempos e de que forma isso acontece.

TRANFORMAÇÕES SOCIAIS E A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
GLOBALIZAÇÃO: tema recorrente e atual. Nos deparamos com o outro, cotidianamente e quase que o tempo todo.Há autores que dizem que é um processo que remonta aos séculos XVI e XVII, com a circulação de bens e serviços, mas o professor trata do conceito de globalização situado nos últimos 50 anos, cujos principais efeitos podem ser sentidos nas relações cotidianas. 

O video mostra as principais características e consequências que a globalização trouxe para o mundo moderno:  http://www.youtube.com/watch?v=afNPIbOBsqY,  

CONTEXTO DEMOCRÁTICO: a sociedade vem, aos poucos, se democratizando. Como exemplo de tal fenômeno, podemos citar uma sala de aula: até pouco tempo atrás, não tínhamos a diversidade de público que temos hoje. Além disso, grupos afastados e desprovidos de condição há alguns anos como, mulheres e analfabetos, hoje têm participação ativa na sociedade.

SOCIEDADE MULTICULTURAL: sala de aula e família como espaços multiculturais: diferentes religiões, modos de visão, culturas.
FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: até bem pouco tempo atrás, a escola projetava o indivíduo na sociedade, fazendo com que o sujeito saísse do estágio do "não saber" para o de "saber"; hoje,  a noção de escola se transformou: é a instituição obrigatória que garantirá ao aluno uma experiência social de maneira mais qualificada - currículo (toda experiência proposta pela escola ou a partir dela - deixa marcas).

TEORIA CURRICULARES
a) TEORIAS TRADICIONAIS: objetivam recortar um pedaço da cultura considerada válida por parte de alguns grupos e fazer com que essa cultura chegue até os alunos - não colocam em questão o valor desses conhecimentos, eles simplesmente devem ser apreendidos pelos alunos. Essa maneira de entender o currículo começou a ser fortemente questionada por aqueles que defendiam uma sociedade organizada de outra maneira. Aos 60 a 80.
b) TEORIAS CRÍTICAS: anos 90; conjunto imenso de movimentos sociais e lutas travadas nos campos teórico e político que interferiam na teoria curricular de diversas maneiras. Os estudiosos do assunto chegaram à conclusão de que não são somente relações de poder interferem na seleção de conteúdos. 
c) TEORIAS PÓS-CRÍTICAS: vem nos ajudando a questionar, não só questões de classe, mas também as questões de genero, de moradia, etnia, faixa etária.

CULTURA: temos, hoje, uma confusão de conceitos. Observemos as definições para a palavra em épocas diversas:
- Cultuar, cultivar (Grécia Antiga)
- Estado de Espírito (França, sec XVIII)
- Associada à razão e civilização (Iluminismo)
- Fator de identidade nacional (Alemanha, sec XIX)
- Modo de produção de classe (Inglaterra, sec XIX)
Da Grécia até a Inglaterra, todas as trasnfomrações deixaram suas marcas.


Cultura, o olhar da Antropologia:
-Evolucionista: (Tylor)
-Relativista: (Boas)
-Funcionalista (Malinowiski)
-Sistêmica (Durkheim)
-Interpretativa (Geertz)
A ideia de sociedade multicultural e do conceito de cultura provém de um campo teórico chamado estudos culturais. A partir dos anos 50 surge cultura enquanto campo de luta para validação de significado.

Cultura: o olhar dos estados culturais
- campos de lutas
- incorporação
- distorção
- resistência
- negociação