sábado, 15 de outubro de 2011

Vídeo-aula 24: Diversidade/pluralidade cultural na escola

A socióloga Daniele Kowalewski, na vídeo-aula 24, fala sobre a pluralidade cultural presente na escola. É evidente que a escola é uma instituição muito privilegiada nesse aspecto, já que possui uma demanda ricamente diversificada. Dessa forma, os educadores precisam pensar em meios a fim de melhor lidarem com as questões, que vêm crescendo nas escolas. 
Podemos apontar alguns aspectos em relação ao tema:
- maior acesso à diversidade;
- as dificuldades  de se lidar com a diferença / diversidade / pluralidade/ multiculturalismo - os termos trabalham com a mesma questão, mas cada um deles traz diferenças epistemológicas bem distintas;
- igualdade e diferença - o que deve ser contemplado na escola?
A socióloga Daniele utiliza dois autores, Silvia Duschatzky e Carlos Skliar, em “O nome dos outros. Narrando a alteridade na cultura e na educação” para embasar o assunto abordado na vídeo-aula. 
Três classificações da temática:
- o outro como fonte de todo o mal: isso é evidente no início do século XX, ilustrado pelo nazismo e escravidão, por exemplo, em que o outro seria fonte do mal, da doença; deve ser evitado, isolado. Muitas vezes, trabalhamos com as diferenças como se elas fossem fonte do mal;
- o outro como sujeito pleno de uma marca cultural: às vezes, tratamos o outro como se ele estivesse preso a uma cultura e, assim, não possuísse outras características (essencialização da diferença).
- o outro como alguém a tolerar: tolerar a diferença não significa trabalhar com ela ou incentivá-la.  Na escola, podemos enaltecer ou inibir preconceitos.

HISTÓRICO E DIRETRIZES
As questões relacionadas às diferenças devem se tornar assuntos educacionais e serem lembradas na proposta pedagógica da escola. O tema da pluralidade passa a ser um dos temas transversais da educação brasileira desde 1998.

1996: LDB aborda alguns parágrafos destinados às diferenças com foco na educação indígena.
1998: publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a Pluralidade Cultural passa a ser um dos temas transversais da educação brasileira.
2003: Lei 10.639: obrigatoriedade da história da África e Cultura afro-brasileira em nossas escolas.
2005: é publicada a Diretriz Curricular Nacional para a Educação Étnico-Racial - série de demandas trazidas pelo movimento negro para que a questão da discriminação e do preconceito fosse melhor abordado nas escolas.
2007: Publicação do Programa Ética e Cidadania, que traz uma série de elementos, como inclusão, ética, cidadania, através de  textos de autores consagrados e idéias de atividades para que este trabalho seja contemplado nas escolas.
2010: marco para pensarmos na questão das diferenças: assinatura do Estatuto da Igualdade Racial, em julho.
Discriminação racial passa a ser definida como “distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em etnia, descendência ou origem nacional”;
- Desigualdade racial ficou definida como “as situações de diferenciação de acesso e gozo de bens e serviços e oportunidades nas esferas pública e privada;
- População negra é formada por todas as pessoas que se classificam como tais ou como pretos, pardos ou outro termo parecido;
O tema das cotas raciais ainda não entrou no estatuto por ser um tema polêmico, que exige maior debate. 

EXPERIÊNCIAS E QUESTÕES
- Oficinas com professores e trabalhos em sala de aula: trocas constantes;
- O que fazer na escola quanto a temática da pluralidade?
- Será que nós, educadores, conseguimos lidar com todas as diferenças?
- É possível ensinar sobre o outro sem torná-lo exótico?
- Afinal, como é possível educar na diferença?
Daniele esclarece que o tema da diversidade e pluralidade cultural está em transição e devemos pensar nas diferenças para que as escolas se tornem um ambiente cada vez mais justo e humano. 

Segue o link de um vídeo que mostra um projeto sobre Diversidade Cultural, realizado por uma escola Municipal da cidade de Barras, no Piauí. O projeto incentiva a diversidade cultural e promove o encontro de alunos de diferentes realidades.
http://www.youtube.com/watch?v=kYoZ0M-QWHo

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Vídeo-aula 23: Assembleias escolares e democracia escolar

                                    Disponível em http://aprendiz.uol.com.br/content/frowriswig.mmp

As assembleias escolares podem ser explicadas como reuniões a fim de discutir assuntos que permeia o cotidiano das escolas. Críticas e felicitações são colocadas em roda para debate e levantamento de ideias e opiniões. São espaços de diálogo entre os envolvidos, que permitem, além da resolução de um conflito, trabalhar a construção de valores. O trabalho com as assembleias escolares é eficaz, pois estimula o aluno em seu processo de autonomia, de seu desenvolvimento moral e de formação do cidadão. 
Com as assembleias, as escolas tornam-se ainda mais democráticas e participativas, todos têm lugar para exposição de pensamentos, críticas e sugestões.

Podemos destacas três tipos básicos de assembleia escolar:
- assembleia de classe: acontece dentro de cada sala de aula e tem como principal objetivo regular as relações entre os alunos da própria sala. As crianças podem escrever suas críticas e felicitações em cartolinas. As críticas devem ser da fatos, não de pessoas. Os alunos aprendem aprendem a discutir, argumentar, solucionar problemas e se integrar com os colegas e professores. Assim, o grupo se apoia nos pontos positivos e revêem os negativos. 

O vídeo mostra uma assembleia de classe com alunos surdos-mudos. Vale a pena assistir.

- assembleia de escola ou de curso: participam representantes de todas as turmas, de professores e funcionários, além da direção. As felicitações e as críticas são lidas e debatidas entre todos os participantes. Um cartaz é escrito com as decisões tomadas pela assembleia.
- assembleia docente: uma vez por mês, por exemplo, os professores se reúnem com uma pauta previamente definida pra debater e opinar sobre o espaço escolar e também sobre atividades pedagógicas. Essa assembleia auxilia nos conflitos de convivência possíveis entre os próprios professores, que também têm a oportunidade de passar pela mesma experiência dos alunos, o que os torna mais preparados para lidar com a rotina escolar.

A metodologia do trabalho com as assembleias escolares pode ser implementada em qualquer escola, desde que os professores estejam dispostos e preparados para coordená-las. É preciso acreditar na participação democrática como um valor!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Vídeo-aula 22: Prática de projetos e transversalidade em sala de aula: questões de Gênero no cotidiano escolar

Na vídeo-aula 22, a professora Brigitte Haertel aborda a questão do Gênero no cotidiano escolar, adotando, para isso, uma perspectiva sócio-interacionista. A discussão é orientada com base no que dizem os PCNs - Parâmetro Curriculares Nacionais -, que visam orientar os trabalhos pedagógicos desenvolvidos nas escolas. 
Os temas transversais propostos pelo documento permitem abordar questões mais complexas relativas à formação moral do sujeito.

TEMAS TRANSVERSAIS PROPOSTOS PELOS PCNs
- Ética;
- Pluralidade cultural;
- Meio ambiente;
- Saúde;
- Orientação sexual
- Temas locais 

PEDAGOGIA DE PROJETOS 
- tema transversal selecionado (de forma coletiva);
- adesão voluntária (a decisão é coletiva e a adesão, voluntária);
- projeto interdisciplinar.

Para a escolha do tema a ser abordado pelo projeto, a escola deve levar em consideração sua demanda e a realidade que a cerca.

EIXOS DA DISCUSSÃO
- Construcionismo social
- Socialização de gênero
- Sexo: determinação biológica;
- Sexualidade: condição genética;
- Relações de gênero: representações socialmente constituídas. 

A professora Brigitte apresentou uma atividade proposta em uma escola para a reunião de pais, em que eles eram convidados a escolher personagens de contos de fadas para solucionar problemas de três planetas diferentes. 

Para saber mais a respeito dos temas transversais propostos pelos PCNs, sugiro o acesso: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc08/espaco.pdf

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vídeo-aula 21: Sentimentos e afetos como tema transversal


Na vídeo-aula 21, a professora Valéria Arantes tem como objetivo principal trazer uma experiência prática de como inserir sentimentos e afeto no currículo da escola, tomar o sentimento como um tema transversal.
É importante trazer três conceitos que legitimam o trabalho com sentimento como tema transversal:
- valores: segundo definição clássica de Piaget, valores dizem respeito à trocas afetivas que o sujeito realiza com o meio exterior, surgindo da projeção de sentimentos positivos sobre objetos, pessoas e relações. A grosso modo, valor é aquilo que eu gosto, e contra valor, aquilo que eu não gosto. 

- autoestima:  diz respeito a imagem que o sujeito constrói sobre si mesmo; É.fundamental para o processo de construção da cidadania, entendendo-a como a busca da própria felicidade. A falta de autoestima leva a um processo de destruição.

- autoconhecimento: processo que o sujeito constrói e que contribui para a própria conduta, dimensão da sensibilidade para se perceber a si mesmo; Na escola, um tema recorrente é a autonomia, mas, para que o sujeito possa se tornar autônomo, é necessário que ele tenha consciência plena de si como indivíduo. Os conceitos autoconhecimento e autonomia devem ser trabalhados, já que estão intimamente relacionados.

COMO INCORPORAR OS SENTIMENTOS E AFETOS NO COTIDIANO DE NOSSAS ESCOLAS?
Transformando sentimentos e afetos em objeto de conhecimento e aprendizagem. 

A professora Valéria traz como exemplo um projeto desenvolvido por uma escola pública que tem, como público-alvo, as séries iniciais. A seguir, algumas atividades propostas pela professora em sala de aula:
- a partir de um desenho de um corpo humano, as crianças inseriram um sentimento e relacionaram a cada parte, como raiva nas mãos e vergonha na face;
- as crianças escreveram sobre sentimentos e identificaram o momento em que eles apareciam. Depois, a sociabilização permitiu uma discussão a partir de experiências diferentes e singulares;
- a professora elegeu o sentimento tristeza para ser focado durante o projeto. Dessa forma, as crianças desenharam uma pessoa triste e, ao lado, explicaram a razão pela qual a pessoa em questão se sentia triste. Após esse trabalho, os alunos sugeriram maneiras capazes de trazer a felicidade à pessoa.

As situações do cotidiano são pontos de partida para o trabalho. Os sentimentos e afetos são objetos de conhecimento e de ensino. É preciso diagnosticar e promover encaminhamentos, a partir das análise dos resultados.