sábado, 24 de março de 2012

Vídeo-aula 16: Encaminhamentos pedagógicos: blog no ensino de ciências

A vídeo-aula 16 é uma continuação da aula anterior. A Professora Monica Fogaça fala sobre os encaminhamentos pedagógicos, citando uma prática pedagógica, conduzida durante um ano, nas aulas de ciências, nas classes de 9º ano do ensino fundamental. 

A escolha do blog entre as mídias socias
- Web 2.0 (divulgação x produção): ferramenta online.
- mídias sociais (blog, wiki, redes sociais, podcast, videocast, RSS).
- síncronas (interação rápida) ou assíncronas (reflexão, pesquisa).
- tipos de uso: memória, divulgação de projetos, análise de casos, contato e discussão com audiência mais ampla, resolução de problemas, trabalho colaborativo.

A condução da prática pedagógica
- mapeamento das práticas culturais ("Orkut Concreto", prática realizada em sala de aula a fim de descobrir a cultura da comunidade).
- construção de temas culturais (conteúdos de ciências se incorporarão a esses temas).
- os alunos montaram grupos e produziam textos contando as experiências na sala de aula para postar no blog.
- negociação da prática cultural e observação de indicadores da gestão democrática = diferença entre uso de tecnologia digital e noção de tecnocultura - é preciso que haja um diálogo entre professor e aluno.
- leitura dos blogs para busca de pistas das representações de conceitos e de identidade e para preparo das atividades didáticas.
- vários tipos de atividades didáticas (laboratório, texto, debate, problemas) + estímulo da troca de comentários nos blogs.
- estudos de conceitos de física, química e biologia e de outras áreas (economia, história e linguagem) foram trabalhados com dois focos para descontrução: procedências (ressignificação e ampliação dos significados iniciais das culturas juvenis).

O blog e outras práticas pedagógicas devem ser utilizadas como meios de dialogar e facilitar a aproximação e maior eficácia na aprendizagem.


sexta-feira, 23 de março de 2012

Vídeo-aula 15: Produção da identidade/diferença: culturas juvenis e tecnocultura

Na vídeo-aula 15, a professora Monica Fogaça fala sobre a importância da tecnocultura/cybercultura na produção da identidade juvenil.

O que é juventude?
- Concepção natural ou cultural? Maturação ou produto das condições históricas e dos discursos? A autora afirma que mais do que uma etapa de maturação natural, juventude é o resultado das condições econômicas, políticas e culturais de cada época e local. Além, disso, há os discursos do meio que influenciam no que eles virão a ser. As culturas juvenis são produzidas por produções históricas e discursos.

2. Condições históricas e discursos
- Elite na Grécia Antiga (direito ao ócio): ser jovem na Grécia Antiga era até os 40 anos de idade, tempo para se preparar para os cargos de comando.
- Invenção da infância no século XVII (separação das práticas de adultos e crianças) - século 17: primeiro passo para a construção atual da juventude. Redução da taxa de mortalidade, invenção da imprensa, mudança das arquiteturas das casas, o que isola crianças e adultos.
- Necessidade pós-revoluções industriais (produção da juventude na classe média) - séculos 18 e 19: passa-se a ser necessário aprender mais que ler, escrever e contar, já que é necessário, agora, a preparação para o mundo do trabalho. 
- O estado de bem-estar social e a juventude transviada (produção da juventude para o empobrecidos e o papel das mídias) - 1945-1975: o auge do crescimento do capitalismo, principalmente na Europa e nos EUA, possibilita nova taxa de ingresso nas escolas. Surgem leis de garantia de acesso à educação até os 16 anos. No Brasil, a conquista é recente. Nessa fase, o crescimento econômico é concomitante ao crescimento das mídias, que começam a discursar formas de ver o que é ser jovem. A ideia de jovem universal: ser rebelde, usar drogas, fazer experimentações sexuais, gostar principalmente de rock.
Trailer do filme Juventude Transviada (Rebel without a case), de Nicholas Ray, 1955. O filme, com James Dean no papel principal, retrata muito bem a concepção de jovem da década de 50.

É importante lembrar que a mídia divulga aquilo que já é prática de alguns grupos sociais e, dessa forma, crianças e jovens podem se identificar, por conta do que já vivem em suas culturas e, assim, desenvolver novos comportamentos. A mídia não determina, o que existe é um processo de identificação.

- Noção da diversidade de cultura juvenis (identificação e ressignificação das mídias) - 1960: potência na escola. Não existe um padrão de cultura juvenil, vestimentas, gostos e comportamentos diferentes. 

O padrão de jovens divulgado pelas mídias: seguros, felizes, cheio de amigos. Disponível em http://vaccarezza.com.br/wp-content/uploads/2011/01/jovens-felizes.jpg




As diferenças.


O padrão de jovens agora divulgado nas mídias é o padrão de jovem de sucesso, feliz, seguro, popular, que participa de muitas festas, geralmente apresentado associado a artistas, esportistas; não ser, assim, dessa forma, é ser diferente. A mídia não inventa padrões, mas conhece grupos e segura essa identificação, encontrando tendências. O jovem é uma minoria subjugada na escola, pois os discursos apontam que ele é violento, agressivo, que não tem conhecimento; seus saberes estão contidos como 'não adequados para o mundo acadêmicos'. A escola deve mapear, levantar quais as características dos grupos de jovens da comunidade para produzir suas práticas pedagógicas, gerando produção - o que vai propiciar o diálogo durante as aulas.


3) Tecnocultura: a cultura juvenil urbana


A maioria dos jovens urbanos tem por cultura a internet. A MTV encomendou 5 dossiês de 1999 para verificar quais são os comportamentos dos jovens e descobriu a grande importância que tem os aparelhos eletrônicos na vida deles. Mais de 90% utilizam aparelhos eletrônicos e suas diferentes linguagens. 
- tecnologia digital x tecnocultura: vivem na internet um conjunto de práticas diferentes do que eles vivem do lado de fora. Não apenas usam a tecnologia, mas fazem parte dela, como se fosse algo integrado ao próprio corpo.
- Cyborgs: desnaturalização do copo, do tempo, do espaço, dos contextos, outras linguagens, outras formas de pensamento, o que confere poder e é o espelho dos limites que eles precisam ter.
- inseguros com o corpo, relação social presencial, com a violência, outras formas de intervenção (espaço com potencial democrática, associando-se com a tecnocultura)

No link, uma matéria de Outubro de 2010, veiculada no site da Revista Nova Escola, abordando o questão da forte ligação do jovem com a tecnologia. 


É preciso conhecer e respeitar práticas, dialogando, integrando, produzindo híbridos, em um espaço de ensino-aprendizagem que pode gerar influências sobre a formação das identidades juvenis.


terça-feira, 20 de março de 2012

Vídeo-aula 14: Dimensões da EDH

A professora Ana Maria Klein fala sobre as dimensões da EDH na vídeo-aula 14.

MARCOS DA EDH
- Década das Nações Unidas em Matérias de Direitos Humanos (1995 - 2005).
- No Brasil, o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), elaborado em 2003 e revisto em 2006: traz orientações para que a EDH em Direitos Humanos seja implementada no país.
- O Programa Nacional de Direitos Humanos , PNDH - 3, tem um eixo dedicado à educação e cultura em direitos humanos.
- O Conselho Nacional de Educação elabora as Diretrizes Nacionais de EDH com caráter mandatório e previstas para 2012: instituições de educação terão que desenvolver uma EDH, desde a educação infantil até a graduação.

DIMENSÕES DA EDH: devem estar presentes em relação ao conhecimento construídos pelos alunos
1) Conhecimentos historicamente construídos sobre EDH e a sua relação com os contextos internacional, nacional e local
Conceitos: debates, pontos de vista, polêmicas e desafios relacionados aos DH.
História: origem, construção histórias dos direitos, relação entre democracia e DH.
Normas: instrumentos de direitos humanos, documentos internacionais e regionais de diferente natureza e efeito jurídico.
Instituições: instâncias de proteção de direitos.

2) Valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos
Valores presentes nos instrumentos de EDH: dignidade, liberdade e responsabilidade, igualdade e não discriminação, justiça e equidade, solidariedade e cooperação, participação, pluralismo, diversidade e inclusão.

3) Desenvolvimento de processos metodológicos participativos de construção coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados: estudante como elemento central do processo educativo, é importante que tenhamos metodologias que façam com que o aluno seja protagonista do processo.
Centralidade da aprendizagem e protagonismo discente. 

4) Fortalecimento de práticas individuais e sociais que gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da proteção e da defesa dos direitos humanos, bem como a reparação das violações.
Pensamento crítico, cidadania participativa e meios (projetos investigativos e sociais, ações voltadas à comunidade).


Não basta ter informação de seus direitos. É preciso que se construam valores e que se reconheçam os direitos dos outros.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Vídeo-aula 13: Histórico da EDH – documentos referência

A professora Nazaré Zenaide fala sobre os documentos de referência na Educação em Direitos Humanos (EDH).

O Século XX é importante do ponto de vista da inserção dos Direitos Humanos nos documentos internacionais. Vamos aos principais:

1948: Declaração Universal dos Direitos Humanos: a partir dela, os países incorporaram às suas constituições. O tema do respeito integral aos direitos humanos é incorporado à educação.

1948: Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem.

1960: Convenção relativa à luta contra as discriminações na esfera do Ensino: é preciso não apenas proteger as crianças, mas educar no sentido de que a diversidade é um valor humano que precisa ser valorizado.

1966: Pacto dos Direitos econômicos, Sociais e Culturais: direito à educação não se restringe à igualdade de oportunidade, mas, cada pessoa, deve implicar-se na realização de direitos. A EDH é parte da educação. A educação é um direito e um meio indispensável para a realização dos demais direitos e desempenha um papel decisivo na promoção dos direitos humanos e da democracia, deve orientar-se para o desenvolvimento da dignidade da pessoa humana, a participação social e o pleno desenvolvimento da personalidade.

1969: Convenção Americana sobre Direitos Humanos

A partir de 74, a UNESCO cria documentos específicos para a EDH, que passa a fazer parte da política da educação dos países.

1989: Convenção sobre os Direitos da Criança: educar a criança para imbuir nela a noção de seus direitos e prepará-la para a cidadania.

1989: Convenção Europeia dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais.

1993: Declaração e Plano de Ação de Viena: é preciso fazer uma campanha no campo da mídia sobre a EDH, formar de professores capacitados para trabalhar com o tema e cada país deve criar sua política de EDH.

A Década da Educação em Direitos Humanos: 1995 a 2004 - os governos precisam institucionalizar seus comitês, planos nacionais, sua política de EDH, a fim de ampliar ao máximo a EDH, para que todos tenham acesso e saibam de seus direitos.

2001: Carta Democrática Interamericana.

2004: Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos, proclamado pela ONU: elaboração de diretrizes que subsidiem o sistema forma de ensino, construção de normas e pactos exercitando a cidadania ativa, o sistema de ensino deve pautar-se pelos valores entendimento, responsabilidade mútua, igualdade, respeito, fraternidade, autonomia, autoestima.

2009: Conferência Mundial sobre o Ensino Superior: aponta como responsabilidade social da Educação Superior  "promover o pensamento crítica e a cidadania", assim como "o desenvolvimento sustentável, a paz, o bem estar e a realização dos direitos humanos", além de "contribuir para a educação de cidadãos éticos, comprometidos com a construção da paz, com a defesa dos direitos humanos e com os valores da democracia".

2010: Pacto Interamericano de Educação em Direitos Humanos: a EDH, mais que um simples conteúdo intelectual, deve ser entendida como mediadora entre a prescrição normativa e a realização dos direitos na cotidianidade; é fundamental e obrigatória para a democracia, necessidade do reconhecimento legal do direito à Educação em Direitos Humanos.