sábado, 3 de dezembro de 2011

Vídeo-aula 24: Mídia e comportamento

Li Li Min inicia a vídeo-aula 24 dizendo que somos bombardeados o tempo todo com informações provenientes de diferentes mídias. Muitas vezes, esses valores são cultuados de maneira inapropriada.



A professora Lilia Freire traz alguns apontamentos sobre o tema:

Infância e adolescência
- período de imaturidade e transformações físicas e psíquicas, com mudanças radicais e abruptas;
- períodos dinâmico onde se estabelecem atitudes, conceitos e valores, formam condutas;
- constitui o período de maior vulnerabilidade a influências externas.

Socialização
- processo através do qual o ser humano interioriza valores, crenças, atitudes e normas de conduta que são próprias de seu grupo social ou sociedade, incorporando à sua personalidade;
- pelo seu acesso universal, sem deslocamento, por não segregar e pela sua eficiência, a mídia constitui um importante meio de socialização.

Mídia:
- TV
- cinema
- impressos
- música
- computador
- videogames
- celular
- multimídia

Influência da Mídia
- retratam modelos de conduta de uma determinada maneira, selecionam informações e conhecimentos, e fornecem estímulos;
- efeito da terceira pessoa: assim como adultos, adolescentes acreditam que a mídia influencia a todos menos a si mesmo.

Crianças são influencidas pela mídia pois 
- aprendem por observação, imitação e pelas suas próprias atitudes;
- comportamentos agressivos são aprendidos pela imitação de modelos observados;
- exposição prévia à violência correlaciona com comportamento agressivo;
- crianças menores de 8 anos não diferenciam entre fantasia e realidade e são mais vulneráveis.
obs.: o tempo gasto de crianças e adolescentes usando mídia é em torno de 6 horas e 32 minutos por dia, ou seja, mais de 21 horas/semana de televisão, quase 2 horas de internet por dia, várias horas de música/dia como fundo para atividades.

Qual impacto negativo da mídia nas crinaças e nos adolescentes?
- atraso do desenvolvimento neuropsicomotores;
- sexualidade precoce;
- violência;
- transtornos alimentares;
- problemas escolares;
- uso de drogas.

Violência e TV
- aos 18 anos, um individuo terá visto 200.000 ações violentas na TV;
- de 10.000 horas monitoradas de programas de TV, 61 % apresentavam violência interpessoal, a maioria de maneira divertida ou glamourosa;
- maior percentagem de violência visto em programas infantis (100% por cento dos filmes infantis apresentam violência e heróis como meios justificados para resolver conflitos e vencer o inimigo).

Consequências da exposição prolongada da violência
- problemas físicos e mentais;
- condutas agressivas;
- dessensiblização à violência;
- medo;
- depressão;
- pesadelos;
- distúrbios do sono.

Mídia como o principal educador sexual
- mais de 75% dos shows em horário nobre apresentam conteúdo sexual, sendo que apenas 11% deles discutem riscos sociais;
- assistir imagens sexuais acelera o início da atividade sexual de adolescentes;
- adolescentes que assistem mais conteúdo sexual aumentam em duas vezes o risco de iniciar atividade sexual no ano seguinte.

Fatores associados à educação social via mídia
- pais deixaram de ser responsáveis, e discutem pouco métodos preventivos;
- escolas não fornecem educação sexual, não discutem orientação, nem incluem os pais nos programas;
- a visão da escola sobre educação sexual é uma visão mais anatômica, sobre a fisiologia e acabam não discutindo a autoestima, a questão da interação e do sentimento envolvido na sexualidade.

Internet
- favorece acesso fácil e ilimtado a sites pornográficos;
- favorece a pedofilia e o cyberbullying mesmo dentro de própria casa.

Efeito da mídia como substitutivo de outras atividades
- 2 a 3 horas de TV/dia resulta em menos atividade física, menos gasto energético, maior risco de obsedidade, diminuição da interação com amigos. O mundo virtual está cada vez mais interessante, fazendo com que o adolescente fuja do mundo concreto.

Videogames
- mídia com interação - participação ativa que aumenta o aprendizado;
- crianças que jogam videogames apresentam uma redução em atitudes pró-sociais e assistenciais e aumento em pensamento agressivos e respostas violentas;
- jogar videogames violentos é responsável por aumento de 13 a 23 por cento do comportamento violendo de adolescentes;
- o aumento de sentimentos de hostilidade e maior probabilidade de interagir e respoder a outros com violência;
- os jogos viciam.

Papel da mídia na ingestão de bebidas por adolescentes
- publicidade tem um modesto, mas considerável impacto no consumo de bebidas alcoolicas.

Papel dos professores em educar sobre a mídia
- estabelecer programas de ensino sobre mídia nas escolas;
- renovar ideias para ensino de mídia, uso e abuso de drogas e programas de educação sexual.


Vídeo-aula 23 : Uso de substâncias psicoativas

"O que se sabe atualmente é que ter informação sobre drogas pode não ser suficiente para evitar o uso delas. Porém, não ter informação, certamente, aumenta muito a chance desse uso acontecer." (Professora Renata Azevedo)

O professor Li Li Min apresenta a vídeo-aula 23, que trata-se do uso de substâncias psicoativas. Quando se fala em drogas, é comum que as pessoas remetam diretamente à drogas ilícitas e, assim, acabam se esquecendo das outras drogas, como o tabaco e o álcool, que, igualmente, trazem malefícios ao indivíduo.


A professora Renata Azevedo incia a aula lembrando que o consumo de substâncias psicoativas preocupam muito a sociedade atual.

Drogas: refere-se a toda substância que age no sistema nervoso central e produz mudanças de percepção, sentimentos, sensações e que é percebida como prazerosa pelos usuários (substâncias ilícitas, tabaco, álcool e medicamentos consumidos de forma abusiva).

As substâncias psicoativas podem ser lícitas (álcool, tabaco, medicamentos - ainda assim há algumas limitações, como a Lei Seca e a proibição de venda para menores de 18 anos) e ilícitas. Os consumidores começam a fazer uso dessas substâncias por diversas razões, como a busca pelo relaxamento e pela desinibição rápida. O adolescente que, geralmente, não se caracteriza como dependente, muitas vezes, faz o uso "anárquico" dessas substâncias, misturando componentes. Quando isso acontece, aumentam os riscos. 

O tema "drogas" deve ser debatido por inúmeros motivos: 
- o consumo vem crescendo nos últimos anos;
- tem sido consumidas em idades cada vez mais precoces;
- as consequências individuais (problemas de relacionamento, desempenho escolar, manutenção da rotina) e coletivas (acidentes de trânsito, problemas familiares) são drásticas.

E por que, mesmo conhecendo os riscos, as pessoas continuam usando?

Busca pela felicidade imediata, por novas experiências, curiosidade. 
Espera-se que essa curiosidade, típica, principalmente, entre os adolescentes, possa ser satisfeita por pessoas próximas ao adolescente, capazes de fornecer informações sérias e verdadeiroas sobre o tema: pais e professores devem estar informados e capacitados para que possam falar sobre o tema cotidianamente, de  froma tranquila e contextualizada. Importante compreender que alguns adolescentes são mais vulneráveis (aqueles que apresentam baixa autoestima, por exemplo), então, torna-se fundamental que pais e professores atentem-se a isso e procurem auxiliá-los. A experimentação é um sinal de alerta. Quando acontece o consumo inicial, é preciso observar e investigar. Na detecção do consumo, é necessário verificar a frequência de uso e buscar uma ajuda profissional, procurando evitar, assim, a dependência. Se a dependência já estiver instalada, são indicadas a psicoterapia (abordagem cognitiva-comportamental) e a medicação (para sintomas de abstinência e comorbidades)


Faz-se necessário o debate do assunto em sala de aula, a fim de alertar, orientar e informar o adolescente. 

O vídeo, produzido pelo Centro de Apoio - educação e saúde, esclarece os critérios para a dependência química. 


O vídeo traz uma entrevista com a presidente da BRAHA - Brasileiros Humanitários em Ação, e representante para a América latina da ONG World Federation Drugs, Profa. Mina Seinfield de Carakushansky, que ofereceu um panorama de como o problema se dá em outros países, além de soluções que o Brasil pode adotar para reduzir o consumo entre os jovens.  A entrevista está volatada para o consumo do crack, mas as informações aplicam-se ao consumo de todas as substâncias, lícitas ou ilícias.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Vídeo-aula 22: Lazer, juventude e esportes

Na vídeo-aula 22, o professor Ricardo Uvinha fala sobre a importância de se considerar o esporte na juventude e discute a relação juventude-esporte-comunidade dentro da educação comunitária. 
É importante destacar que temos, hoje, uma juventude, no mundo todo, apegada fortemente aos elementos da mídia de massa, em especial, à televisão. O esporte é item fundamental de lazer e se faz presente na vida do jovem, que é espectador (esporte na televisão) e, também, praticante.


Lazer do jovem

- sujeito ao "lazer-mercadoria";
- Deviant Leisure: "lazer desviante -> importante compreender que o lazer do jovem não assume, na maioria das vezes, um sentido de transgressão da ordem e da moral;
- esportes.
- papel dos grupos (as chamadas "tribos").


ESPORTES RADICAIS: a prática de esportes radicais tem sido comum na comunidade.

Cultura e identidade de grupo

- espaço físico;

- grupos, tribos, gênero;
- rixas;
- linguagem;
- vestimenta;
- música.


É imprescindível que entendamos a relação do jovem com a comunidade, pois ele se expressa, da mesma maneira, na escola e em seu grupo, sua tribo.  


Pedaço: simboliza o  “espaço onde [...] se desenvolve uma sociabilidade básica, mais ampla que a fundada nos laços familiares, porém mais densa, significativa e estável que as relações formais e individualizadas impostas pela sociedade.” 
O pedaço apresenta dois componentes:
1) de ordem “espacial” (o telefone público, a padaria, o campo de futebol, o bar)
2) de ordem “simbólica” (composto de uma ampla rede de relações sociais)

Esportes radicais, mass media e marketing
- Indústria se aproveita do marketing específico e proporciona consumo.

Classificação AÉREOS: paraquedismo, paraglider, voo livre, balonismo.

Montagem elaborada pela autora. Imagens de domínio público.

AQUÁTICOS: surf, boiacross, rafting, kitesurf. 

Montagem elaborada pela autora. Imagens de domínio público.


TERRESTRES: caminhada, snowboard, montain bike, off road.

Montagem elaborada pela autora. Imagens de domínio público.


Características da aventura
- resultados incertos;
- perigo e risco;
- desafio;
- novidade;
- exploração e descoberta;
- atenção e concentração;
- estímulo e entusiasmo.

O professor Ricardo cita uma reportagem da Revista Nova Escola, de agosto de 2006, que traz escolas que incluem esportes de aventura em seu currículo, tanto nas aulas de Educação Física como abrindo as escolas para a comunidade.

Motivação: 
- busca pelo "novo";
- experimentação;
- inovação.


Escolas – modalidades adaptadas:
- Banco sueco: esportes com prancha;
- Rolamentos em colchonetes: esportes aéreos;
- Equipamentos trazidos pelos alunos.

Vivências fora da escola: bóiacross, rafting, surfe, escalada outdoor, cascading/canyoning, trekking, rapel.
A questão ambiental e os elementos de cooperação e sociabilidade, essenciais à comunidade, devem ser valorizados.

Lazer do jovem:
- Compreensão das múltiplas experiências do lazer vivenciadas pelo jovem no seu tempo livre.
- Momentos de acentuada relevância em termos de valores e expressão, de signos sociais.
- Cultura juvenil multifacetada e em constante transformação.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Vídeo-aula 21: Lazer, cultura e elementos comunitários

Montagem elaborada pela autora. Imagens de domínio público.

Na vídeo-aula 21, o professor Ricardo Uvinha destaca a importância do lazer como uma esfera social e fala sobre a relação com a comunidade. O lazer tem uma dimensão completamente subjetiva e compreende uma esferal social significativa na vida das pessoas.

Dentre os inúmeros conceitos para lazer, o professor Ricardo destaca:
"O conceito de lazer é difícil de limitar a uma única definição. Como uma experiência compreendida por indivíduos diante de variados contextos, o estudo do lazer tem estado envolvido em três abordagens: tempo, atividade e estado da mente" (Handerser, 2001)

"Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participção social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se de obrigações profissionais, familiares e sociais" (Jofre Dumazedier)

Dumazedier define as 3 D's do lazer: descanso, divertimento, desenvolvimento

Conteúdos culturais do lazer propostos por Dumazedier
- Interesses artísticos: atividades realizadas no tempo livre das pessoas em que se enfatiza um caráter simbólico;  ligados a sentimentos e emoções: museu, teatro, televisão.

- Interesses intelectuais: conhecimentos vividos, busca de informações e objetivos presos à realidade: participação em cursos, jogo de xadrez, leitura.

- Interesses manuais: ligados à capacidade de manipulação, transformação de objetos e materiais, artesanato, cuidados com a natureza: jardinagem, cuidado com animais.

- Interesses sociais: contato face a face com pessoas: festas, bailes, bares, associações.
- Interesses físicos desportivos: atividades onde prevaleçam o movimento: esportes, ginástica, atividades físicas.

- Interesses turísticos: quebra da rotina temporal ou espacial, contato com novas situações, paisagens e culturas, turismo como elemento do lazer: passeio e viagens.

Equipamenteos de lazer
a) não-específicos: não são construídos de forma original para esta finalidade do lazer, mas podem ser adpatados e cumpriur com essa finalidade: ruas de lazer.
b) específicos: construídos para a finalidade do lazer, subordinados aos conteúdos culturais do lazer: (artísticos, intelectauis, manuais, sociais, físicos, turisticos)

Características dos equipamentos específicos:
- sistematização dos equipamentos conforme: conceito, programação, localização, atendimento, público e composição.
Se analisarmos, por exemplo, uma cidade grande como São Paulo, verificamos que os equipamentos de lazer não estão igualmente distribuídos entre os espaços: há um desquilibrio em termos de oferta e demanda. Nesse sentido, é importante estimular a criação de novos equipamentos específicos e possibilidades a partir dos equipamentos não especificos - abrir os espaços da escola, a fim de oferecer lazer à comunidade escolar. É fundamental que se consulte a comunidade local para verificar qual é o gosto inerente à ela.

Importância de um equipamento de lazer
- devem atender a população de uma forma democrática, o que significa convidar a população a participar da efetiva criação e construção desses equipamentos;
- receber política de animação cultural.

Atuação profissional
Os agentes socioculturais têm um importante papel na sensibilização para o usufruto do espaço/equipamento: associar atividades de lazer ao desenvolvimento da comunidade, estimulando a participação democrática e apropriando-se de espaços de lazer como uma esfera social.