quinta-feira, 15 de março de 2012

Vídeo-aula 11: Políticas culturais, multiculturalismo e currículo

O professor Marcos Garcia Nogueira fala sobre as políticas culturais, o multiculturalismo e o currículo.

POLÍTICAS CULTURAIS
Segundo Ana Pereira, podemos defini-las:
- segregacionistas: são as políticas que posicionam as pessoas segundo suas características em determinados lugares. Ex: reserva de vagas de estacionamento em locais como escolas e universidades. Se todos somos funcionários, por que a vaga foi reservada somente ao diretor? 

- assimilacionistas: partem do princípio de que a forma de ser, pensar e agir são mais corretas, os significados atribuídos a determinados grupos, são a identidade, enquanto que o significado atribuído por outros grupos são menos importantes, são ruins, são a diferença. Assim, as políticas assimilacionistas são estabelecidas para que haja uma assimilação destes outros grupos àqueles grupos com maior força simbólica, que detém o poder de dizer como o outro deve ser. Ex: nas escolas, muitas vezes, crianças, jovens e adultos não concordam com a política estabelecida no lugar, porém são obrigadas a aceitarem [ou fingirem que aceitam] para que possam sobreviver ao lugar; caso haja uma negação, são colocadas como indisciplinadas, por infringirem regras. 

- integracionistas: enxergam as diferenças e procuram preservar os significados que esses grupos possuem, procuram incluir grupos. As políticas integracionistas têm maior importância ou precisam acontecer com maior incidência.


MULTICULTURALISMO
Por Peter Mclaren, os vários tipos de multiculturalismo vigentes:
- conservador ou monocultural: pessoas sãos diferentes, mas na visão do multiculturalista conservador, sua cultura é a mais importante; o multiculturalista vai apagando as diferenças culturais, procurando homogeneizar o grupo. Ex. o professor vai apresentando a cultura hegemônica, e, assim, vai, lentamente, apagando o jeito de seus alunos enxergarem suas ideias.

- liberal: amparada nas ideias do liberalismo: pertencemos à mesma humanidade e as culturas que sobreviverão são aquelas que possuem maior condição; os significados que serão valorizados são aqueles que pertencem ao grupos que vencem esta luta cultural. O multiculturalismo liberal tem relação íntima com a ideia do mercado. 

- pluralista: as pessoas possuem identidades culturais diferentes, assim como os grupos têm marcadores culturais diferentes; em uma sociedade democrática, todos precisam se expressar. Na escola, temos o Dia do Índio, o Dia da Consciência Negra, o dia de levar o brinquedo - esse tipo de multiculturalismo valoriza diferentes identidades, mas não contribuem para a reflexão e discussão, apenas cria espaços para todos. 

- essencialista de esquerda: o multiculturalismo essencial de esquerda valoriza a ideia de que grupos oprimidos são essencialmente oprimidos e, grupos opressores são essencialmente opressores. Porém, na perspectiva do multiculturalismo, ninguém é totalmente puro, somos híbridos, em alguns momentos oprimimos e, em outros, sofremos opressão. O multiculturalismo de esquerda tende a posicionar, a colocar pessoas em determinadas posições como se essas posições nunca se alterasse, como se os grupos não circulassem por outros espaços. 

- crítico ou intercultural: valoriza as diferenças e reconhece os grupos, porém vai além do apenas reconhecimento, como o pluralista. O multiculturalismo crítico promove o encontro entre os grupos para que todos possam compreender as ideias dos outros grupos. Não basta estipular o Dia do Índio na escola, por exemplo, mas desenvolver pedagogias que façam com que os alunos entendam quais forças atuaram para posicionar as mulheres, os negros, os índios, em posições desvantajosas. 

CURRÍCULO
O professor apresenta uma certa experiência cultural que vai posicionando os alunos em relação às ideias do mundo. A decisão curricular é um ato político, portanto, a ação de elaborar uma atividade, selecionar o material, deve ser uma ação bastante pensada, pois o professor estará posicionando pessoas de uma maneira ou outra.
- currículos conservadores: posicionam as pessoas em relação às coisas do mundo, de forma a tentar manter as coisas como elas estão - a cultura hegemônica é apresentada de certa forma que faz com que os alunos  acreditem que maneira apresentada é a única maneira de ser.

- currículos assimilacionaistas: a nossa ideia é convencer os alunos a uma única e possível maneira de ser.

- currículos interculturais ou críticos: reconhecem a diversidade, trabalham com a diversidade cultural, valorizando os conhecimentos das culturas que frequentam a escola, para que essas culturas possam ser vistas como legítimas de circulação do espaço público.

O artigo de Maria José Albuquerque da Silva e Maria Rejane Lima Brandim, disponível em http://www.fit.br/home/link/texto/Multiculturalismo.pdf, traz considerações a respeito do Multiculturalismo. Vale ler!

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