sábado, 10 de março de 2012

Vídeo-aula 7: Identidade e diferença na perspectiva dos Estudos Culturais

O professor Mario Nunes aborda a problemática da identidade e diferença na perspectiva dos estudos culturais.
Interessa compreender a relação que ocorre entre os sujeitos e o modo como eles são definidos e marcados.


Concepções de identidade
1) Sujeito do Iluminismo: sujeito nasce com uma identidade que pouco se desenvolve ao longo da vida. 
2) Sujeito Sociológico: sujeito sofre influências do mundo externo, estabelecendo identidades de acordo com a cultura no qual está inserido. Concepção dominante  no ambiente escolar.
3) Sujeito pós-moderno: o sujeito pós-moderno é composto de várias identidades - de classe, gênero, etnia, religião - e todas sofrem transformações; possui identidade contraditória e transitória.

Construção da identidade
De acordo com o Professor Mario, a identidade do sujeito é construída de forma social e simbólica. Há uma tendência do sujeito em fixar sua identidade, o que significa normatizar um modo de vida e não outro. Dessa forma, considera-se incorreto tudo o que não está inserido nesta norma. Afirmar a identidade e marcar a diferença tem a ver com relações de poder. 

Identidade da diferença
A diferença, estabelecida culturalmente, pode ser compreendida como um conjunto de princípios que organizam a seleção, a inclusão, a exclusão. A sociedade é capaz de construir a identidade da diferença,  com suas próprias classificações; quem classifica tem o poder de atribuir valores e hierarquizar o que é classificado. As identidades são diferenciadas por meio de oposições oposições binárias, como homem/mulher, homossexual/heterossexual, negro/branco, mente/corpo, razão/emoção, bem/mal. 
A identidade se constrói de modo que o sujeito se percebe como não tendo nada em comum com a outra identidade.
Quando um sujeito sente-se inserido em um determinado grupo,  as diferenças passam a ser menos percebidas por eles. Um bom exemplo a ser citado é uma sala de aula: todos alunos da mesma série ou escola e, apesar de pertencerem a classes sociais, religiões e gêneros diferentes, identificam-se pela sua condição de pertencimento a uma unidade de ensino.Os grupos são sempre marcados pelo uso de certos tipos de símbolo, seja materialmente ou ritualmente, como um tipo de roupa específico, músicas, revistas, tatuagens, cultos religiosos, etc. Os símbolos criam, simultaneamente, o pertencimento e a diferença de fronteiras que sinalizam quem está dentro e quem está fora do grupo.
Outro ponto a ser considerado é que a identidade também esbarra nos mitos, como, por exemplo, o mito de que o futebol, em outras épocas, era melhor que o futebol atual. 

Concluindo, não há somente uma identidade. O sujeito é formado por várias que são mantidas, estimuladas ou reprimidas. Na escola, faz-se necessário que conheçamos cada sujeito, com suas diferenças e particularidades, tendo o cuidado de garantir a participação de todos na construção da cidadania e na tomada de decisões para o bem coletivo. 

No link a seguir, Marian A. L. Dias Ferrari, discorre, como parte de sua tese de doutorado, sobre "O papel da diferença na construção da identidade".
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0006-59432006000100002&script=sci_arttext

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