quarta-feira, 6 de junho de 2012

Vídeo-aula 19: O todo pela parte

Na vídeo-aula 19, a professora  Ticiana Roriz  fala sobre a questão do estigma.

1. Fig. Visão negativa e muito arraigada, numa sociedade, a respeito de determinada prática, comportamento, doença etc.
2. Fig. Qualquer marca ou característica considerada negativa, desonrosa. 


Possuímos algumas características individuais que podem ou não serem exaltadas, das quais gostamos ou não, dependendo da situação. Podemos aprender com outras pessoas, com características que elas possuem e também aprender a lidar com nossas próprias características. Alguns atributos são mais valorizados em detrimento a outros.

Segundo Goffman:
- "o estigma: situação do indíviduo que está inabilitado para a aceitação social plena."
- "Um indíviduo que poderia ter sido facilmente recebido na relação social, possui um traço que pode se impor à atenção e afastar aqueles que ele encontra, destruindo a possibilidade de atenção para outros atributos seus" - o poder do estigma em fazer com que o outro não enxergue outros atributos no semelhante, a não ser sua deficiência.  
- "O que é preciso é uma linguagem de relações e não de atributos" - focar a relação, não a pessoa.
- "Um atributo que estigmatiza alguém pode confirmar a normalidade de outrem, ele não é em si mesmo, nem honroso nem desonroso"
- "Diferenciar estigmatizado desacreditado de desacreditável: desacreditado - característica distintiva evidente; desacreditável: ele não é imediatamente perceptível." Articulação com a vida escolar.
- Tendemos a inferir uma série de imperfeições a partir da imperfeição original - acreditar que todas as imperfeições da criança são advindas da imperfeição original.
- Pode-se ainda, generalizar a deficiência: ex.: gritar com um cego, dirigir-se a uma pessoa com deficicência física de forma infantilizada.
- A pessoa estigmatizada, com deficiência, pode sentir-se em exibição.
- Quanto maiores as desvantagens da criança, mais provável que ela seja enviada a uma escola especial - como se ela estivesse mais protegida quando está entre seus iguais, porém, a experiência com os ditos normais aumentam o repertório de situações vividas, o que ajuda na resolução de problemas e enfrentamento de situações constrangedoras.
- Terminologia: a maneira como nos referimos a essas pessoas influencia as práticas.
- Ambiente escolar mais sério, somos modelo para as crianças.

Nós, professores, devemos quebrar nossas certezas. Não imaginar, no primeiro dia de aula, que aquela criança que tem uma deficiência mental, por exemplo, não vai aprender a ler ou a criança que não anda não vai aprender a estar com os colegas, não vai gostar do recreio ou dou parquinho. Precisamos enxegrar a criança para além da sua deficiência.

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