quarta-feira, 13 de junho de 2012

Vídeo-aula 23: A educação de pessoas com necessidades especiais é de fato ineficaz?

A professora Kátia Amorim, na 23ª aula, aborda o tema inclusão e educação especial inclusiva.

Historicamente, a educação está embasada em paradigmas específicos que pressupõem que o desenvolvimento das pessoas - das crianças, especificamente, aqui - se dá de maneira igual e ao mesmo tempo, considerando os alunos de uma mesa sala ou até de uma mesma série. O professor espera regularidade e linearidade no processo de ensino e aprendizagem, acreditando, muitas vezes, que todos os seus alunos entendem da mesma maneira, ao mesmo tempo e completam o conhecimento em tempos próximos. Dessa forma, o aluno que não acompanha seus colegas, muitas vezes, é visto como deficitário, deficiente. A questão da diferença, dentro desse modelo que espera uma regularidade, implica uma ruptura dos princípios básicos da educação, já que a criança com qualquer tipo de deficiência desaparece; é como se ficasse uma imagem negativa em torno da criança, como se ela não possuísse habilidades importantes. O professor, assim, fica com a impressão de que não adianta investir naquele aluno. Para que o professor possa trabalhar com o aluno deficiente de forma produtiva, é necessário que ele considere seu desenvolvimento como uma questão complexa. E há, para auxiliar no trabalho do docente, instrumentos facilitadores para que o profissional consiga promover uma aprendizagem significativa, como a linguagem em braile para cegos, amplificadores para deficientes visuais, libras para os surdos, aparelhos auditivos para os deficientes auditivos, cadeiras e carteiras especiais para deficientes físicos.
Fundamental lembrar-se dos chamados deficientes intelectuais, que não necessitam, necessariamente, de uma linguagem alternativa. É possível ensinar alguma coisa à criança com deficiência intelectual? A criança ganha coisas além da socialização?
É preciso investir nesta criança. Fazemos isso quando deixamos alguns paradgimas de lado e pensamos que o desenvolvimento é complexo e que se dá de uma intrincada relação da pessoa com o meio. Temos que conhecer quais são as alterações que participam do quadro, o conjunto de características do jovem com deficiência. A capacidade depende da relação com o meio, ou seja, da relação professor com o aluno.

Plasticidade cerebral
Propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento de alterações estruturais e funcionais. Capacidade adptativa. É o potencial que o cérebro mantém para a recuperação funcional, que depende de vários fatores, como idade, local, tempo e natureza da lesão.

Teorias para explicar o funcionamento da plasticidade cerebral:
- mediada por partes adjacentes do tecido nervoso que não foram lesadas;
- alteração qualitativa da função de uma via nervosa íntegra controlando uma função que antes não era sua;
- estratégias motoras da função de uma via nervosa íntegra controlando uma função que antes não era sua;
- estratégias motoras diferentes para realizar atividade perdida: o movimento recuperado difere do original, apesar do resultado final ser semelhante.

Existem lesões potencialmente recuperávels, mas, para tanto, necessitam de objetivos precisos de investimento: conhecer essa criança para saber quais são as áreas afetadas, como potencializá-las e minimizar os efeitos negativos dessa região, descobrir quais são as habilidades que essa criança tem em sua estrutura. O diagnóstico auxilia bastante nesta tarefa.

Adriana Foz, educadora, psicopedagoga, especialista em neuropsicologia e pesquisadora em neurociência da educação, explica a plasticidade cerebral.


Filme sugerido: "O Milagre de Anne Sullivan" (The Miracle Worker, 1962, Arthur Penn). O longa conta a história da professora Anne Sullivan, brilhantemente interpretada por Anne Bancroft, e sua incansável tarefa de educar uma garota cega, surda e muda. Vale assistir!


O papel do meio (escola) e do professor no processo de mediação da criança com deficiência é fundamental para o avanço de seu desenvolvimento. O profissional precisa identificar as dificuldades do aluno, conhecer suas habilidades e descobrir potenciais. Não podemos pré-determinar qual será o limite do desenvolvimento do indivíduo. É preciso investir para conhecer o limite real, buscando formas alternativas para descobrir o potencial de desenvolvimento que ela tem.

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