sábado, 1 de outubro de 2011

Vídeo-aula 16: A construção de valores e a dimensão afetiva


Na vídeo-aula 16, a professora Viviane Pinheiro enfoca a questão da afetividade na construção de valores e coloca duas acepções sobre o papel que a afetividade desempenha na moralidade e na construção de valores:
1) a afetividade como 'fonte de energia' para a cognição: Piaget utiliza uma metáfora para ilustrar a questão afeto / cognição: a afetividade seria a gasolina, a cognição, o motor do carro. A afetividade assume o aspecto motivacional, enquanto a cognição diz respeito às estruturas e ao funcionamento do psiquismo humano. A gasolina ajuda o carro a andar, mas tão pouco modifica o motor do carro.
2) a afetividade como um dos aspectos organizativos do psiquismo humano: Valéria Amorim, professora da Universidade de São Paulo, realizou uma pesquisa empírica com professores a partir de uma situação de conflito em que uma professora encontra um aluno usando maconha no banheiro da escola. A professora Valéria fez uma indução de estados emocionais nos sujeitos participalntes da pesquisa, dividindo-os em três grupos: um grupo a ter sentimentos positivos, outro a ter sentimentos negativos e outro grupo, neutro, induzido a nenhum sentimento. Assim, ela verificou que aqueles sujeitos influenciados a terem sentimento positivos tiveram uma indicação maior de atitudes em que a professora conseguia se mobilizar para ajudar o aluno, agindo ativamente na resolução do problema; o grupo influenciado a ter um sentimento negativo tendeu a apresentar juízos sobre uma atitude passiva da professora, como encaminhar o sujeito a outras instâncias ou simplesmente ignorar o fato. Dessa forma, a professora Valéria comprovou a importância dessa perspectiva cognitiva-afetiva: cognição e afeto não estão dissociados as duas, atuam juntos. A afetividade não é apenas motivacional, mas organiza o psiquismo humano. 

Muitos estudos relacionados à elaboração ou não de valores pelos sujeitos enfatizam dois sentimentos: VERGONHA e CULPA.
Principais aspectos que os diferenciam:
- vergonha: relaciona-se como a forma como o outro vê; desejo de escapar, de fugir, de esconder;
- culpa: relaciona-se à autoavaliação; desejo de confessar, de se desculpar.

Principais aspectos que os relacionam:
- sentimentos morais e negativos;
- atribuições internas, mas vivenciadas em relações interpessoais;
- emergem da regulação dos valores morais.

IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS DOS ESTUDOS SOBRE AFETIVIDADE / COGNIÇÃO
- os sentimentos devem ser objetos de conhecimento a ser trabalhados na escola;
- vínculos afetivos não devem ser minimizados;
- a diversidade deve ser respeitada a partir do valor tolerância;
- um ambiente mais saudável e feliz deve ser promovido, em que os sentimentos positivos levem à resolução de conflitos morais para a construção de um mundo mais justo e solidário e de uma sociedade harmoniosa. 


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