segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Vídeo-aula 3: O juízo moral na criança



                                                             


Como base da aula, o livro ‘O juízo moral da criança’, de 1932, escrito por Jean Piaget (foto), onde aborda, de maneira criativa, o tema da moralidade: ele entrevista crianças, a fim de compreender qual a concepção das mesmas sobre a mentira, a obediência e o castigo. 

Para Piaget, a moral está vinculada às regras. Nesse sentido, uma pessoa moral é aquela que cumpre as regras da sociedade, segue as leis sociais. A criança, jovem ou adulto, para ser ético ou moral, não deve obedecer pelo simples medo da punição. Para que haja o respeito, é necessário que haja, também, o vínculo afetivo entre as partes.
Piaget sugere três fases pela qual passa a criança em seu processo de desenvolvimento moral: anomia, heteronomia e autonomia. Cabe ressaltar que as fases não constituem, necessariamente, estágios, já que não é raro encontrar adultos ainda na fase da heteronomia. Vejamos as características principais de cada uma dessas fases:

A/NOMIA
HETERO/NOMIA
AUTO/NOMIA
A: negação
NOMIA: leia
FASE PRÉ-MORAL
Fase natural do recém-nascido, em que o sujeito não se apropria de regras e normas;  as necessidades básicas da criança determinam suas regras de conduta e comportamento.
HETERO: vários – regras vindo de fontes variadas.
O sujeito, nesta fase, obedece regras e normas movido pelo medo de uma punição. Conhece as regras, mas é coagido. As obrigações não são elaboras pela própria consciência. Sem autoridade, é indisciplinado.
AUTO: dirigido a si próprio.
Sujeito capaz de direcionar-se. As regras estão internalizadas. Cooperação.
O indivíduo, aqui, é capaz de governar a si mesmo e agir de acordo com suas convicções e valores próprios. Possui princípios éticos e morais. Na ausência da autoridade, continua o mesmo.

Assim, a criança deve sair de sua fase inicial e passar gradualmente para as fases seguintes, adquirindo sua autonomia moral e intelectual, que é o objetivo fundamental da educação moral.
Pergunta-se: como trabalhar em função da autonomia?
O professor Ulisses esclarece, embasado nas idéias de Piaget, que o foco deve estar no trabalho cooperativo. As relações devem estar baseadas no respeito mútuo e no diálogo.Relações unilaterais, baseadas no medo, na coação e na opressão, em nada contribuem para a formação de um indivíduo autônomo. 
É importante salientar que há grandes diferenças entre ser autônomo e ser independente (anomia). Para alcançar a autonomia plena, o sujeito tem consciência de coletivo e as regras estão internalizadas.

Abaixo, um vídeo em que a professora Telma Vinha, pedagoga, doutora em educação na área de Psicologia, Desenvolvimento Humano e Educação pela Faculdade de Educação da Unicamp e professora do departamento de psicologia educacional desta mesma instituição, fala sobre o desenvolvimento moral da criança (heteronomia – autonomia) e, um pouco mais além, questões de indisciplina. 



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