segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vídeo-aula 9: Educação comunitária e direitos humanos

“Aprender na comunidade, com ela e para ela, significa usar a história de sua própria região, exteriorizando a cultura do silêncio. Significa aprender a engajar-se na sua própria região, tornando –se consciente da situação sócio-política e lutando para que as sociedades fechadas sejam transformadas em sociedades abertas...é uma questão de urgência que as escolas se tornem menos fechadas, menos elitistas, menos autoritárias, menos distanciadas da população em geral. Isso é para a educação comunitária uma questão de fundamental importância”. (Paulo Freire)

Na vídeo-aula 9, a professora Ana Maria Klein fala sobre a Educação Comunitário e os direitos humanos.

A educação comunitária é fundamental no currículo da escola porque permite um olhar para os espaços que estão fora da escola, além de trazer a temáticas exteriores para dentro da sala de aula, articular com os conteúdos e também contribuir, através da problematização e do buscar soluções, para que os alunos se transformem em cidadãos ativos e críticos.  

A educação comunitária começou a fazer parte do contexto escolar:a partir dos anos 80, intensificando-se na década de 90. Caracterizada pela democratização do espaço e das relações, da participação de todos os envolvidos, da melhoria da qualidade da educação, tem como principal objetivo desenvolver um sujeito coletivo, ou seja, aquele que se comprometa com a coletividade, que se torne co-responsável pelas ações, relações, conflitos e descisões que ocorrem na comiunidade.

Cidades Educadoras
O conceito surgiu no início da década de 90, na Espanha. Sua ideia central é que a escola sozinha não tem condições de construir todos os conhecimentos e informações necessários ao mundo contemporâneo, dessa forma, a educação também deve ser competência da cidade.
De acordo com Trilla (1993), há três dimensões possíveis para a relação educação-cidade:
Aprender na cidade: lócus de educação, composto por instituições especificamente educativas (museus), instituições cidadãs não especificamente educativas (ONGs), espaços onde se podem realizar encontros e vivências (parques, praças).
Aprender da cidade: agente informal de educação de caráter ambivalente e não seletivo. O curriculum da cidade é contraditório em seus modelos de relações sociais.  O professor deve levar os alunos a questionarem: o que é relevante e o que vai contra os princípios de uma socidade democrática?
Aprender a cidade: a cidade é tomada como conhecimento em si, trata-se de aprender a utilizar a cidade e a participar de sua construção. Conhecer, saber dos seus potenciais e saber também que cada indivíduo é um cidadão com papel ativo que pode transformar aquela realidade. É uma relação de troca, não é só esperar o que a cidade pode me dar, mas o que eu faço também para mudar essa cidade. Estamos falando de uma perspectiva de educação para a cidadania ativa. 

Na sala de aula:
Mapeamento: ação ampla que visa o olhar para as potencialidades da comubidade na qual a escola se insere. O mapear tem por função descobrir lugares novos dentro da cidade, muitos pelos quais passamos e nem nos damos conta que estão ali. 

Trilha educativas:  nasce de um contexto pedagógico, olhares orientados por temas específicos. Duplo caráter:
a) Intencionalidade e objetividade: dadas pelo tema.
b) Caleidoscópio: percepção de diferentes pessoas sobre um mesmo tema.

Projetos transversais e inderdisciplinares: articulação da realidade com os conteúdos curriculares, a formação em valores, a consciência crítica e a cidadania ativa.

DIREITOS HUMANOS E ESCOLADireitos humanos:  são comuns a todo(a)s sem distinção de etnia, nacionalidade, sexo, classe social, nível de instrução, religião, opinião política, orientação sexual, ou de qualquer tipo de julgamento moral. Decorrem do reconhecimento da dignidade intrínseca de todo ser humano. Somos humanos, logo, temos direitos e nenhuma diferença pode fazer com que esses direitos não sejam cumpridos. 

Direitos Humanos e democracia – liberdade, igualdade e solidariedade: uma democracia só existe os direitos humanos forem respeitados. Direitos Humanos só são possíveis em um país democrático. Assim, democracia e Direitos Humanos são indissociáveis. Como queremos formar cidadãos, obviamente, a escola deve trabalhar a questão dos Direitos Humanos e, além de propiciarmos um ambiente em que os Direitos sema cumpridos, nos lembrar de que o tema possui conteúdos específicos

Temas que podem ser trabalhados em sala a partir da discussão sobre Direitos Humanos:

-Declaração Universal dos Direitos Humanos - DUDH (ONU -1948);
-Direitos sociais, econômicos e culturais;
-Direitos de crianças e adolescentes;
-Discriminação racial;
-Discriminação contra a mulher;
-Direitos relacionados à Educação;
-Gênero e orientação sexual na educação.

Para conhecer a Declaração Universal dos Direitos Humanos na íntegra, acesse 
http://www.oas.org/dil/port/1948%20Declara%C3%A7%C3%A3o%20Universal%20dos%20Direitos%20Humanos.pdf

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