terça-feira, 10 de abril de 2012

Vídeo-aula 23: Relações sociais de gênero: um direito e uma categoria de análise

Claudia Vianna, na vídeo-aula 23, fala sobre as relações sociais de gênero.

A discussão de gênero nasce no contexto nas lutas por direitos sociais, na construção da cidadania. A constituição das relações de gênero está diretamente ligada à ampliação dos direitos das mulheres: direito ao voto, ao trabalho remunerado, aos mesmos direitos de ir e vir. O conceito também é utilizado para que as explicações sobre as diferenças não se resumam nas características biológicas e físicas, tidas como naturais e imutáveis. A ideia é registrar o caráter social do contexto, que remete à dinâmica dos valores  relações sociais.

A charge, de Duke, disponível em http://dukechargista.com.br/, traz uma reflexão sobre o papel que a mulher exerce na sociedade. O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março, tem origem nas manifestações de trabalhadoras por melhores condições de trabalho.

É importante destacar a luta das mulheres por direitos e o movimento feminista, tanto da chamada primeira onda quanto da chamada segunda onda. São conquistas coletivas, criadas e fortalecidas durante a história e na atuação conjunta.
1ª onda: século XIX, Europa e EUA. Lutas compostas basicamente por mulheres brancas, de classe média. As principais reivindicações estavam em torno do direoto ao voto (sufragismo).

Sufragistas. Passeata reivindicando o voto feminino. Nova York. 1912. Disponível em http://primeiralinha.org/home/wp-content/uploads/2010/01/sufragistas.jpg

2ª onda: iniciado na década de 60, tem como principal marca o aprofundamento das questões sociais e políticas; lutas são contra o patriarcado, na qual a sociedade ainda se sustenta, embora já esteja em processo de mudança.

Ativistas americanas do movimento feminista reivindicando os mesmos direitos políticos. Disponível em http://blefefeminismo.files.wordpress.com/2010/09/feminists.jpg.

É importante citar, além dos movimentos feministas, o movimento LGBT (Lésbicas, gays, bissexuais, travestis/transexuais/transgêneros) que defende o direito básico de escolher o que e a quem amar. Símbolo do processo da construção de relações sociais de gênero, movimentos como esses desafiam estruturas sobre as quais a sociedade foram construídas, como a repressão sexual.

Relações sociais de gênero
Avanços
- variedade de estruturas familiares;
- mulheres no mercado de trabalho remunerado fora do lar;
- estruturação global do Movimento Feminista;
- questionamento da heterossexualidade compulsória.

Permanências
- segmentação dos mercados de trabalho;
- transposição do patriarca para a fábrica;
- socialização de gênero;
- heterossexualidade como padrão;

Risco
- cair no essencialismo, igualando as mulheres, como se todas tivessem uma essência que as tornasse mulher. A polarização entre homens e mulheres não é natural. 

A escola não é um mundo à parte da socialização de gênero que nos cerca; ela faz parte do processo de incorporação de valores, que pressupõe um trabalho de assimilação.
Gênero é a organização social da diferença sexual; o conceito não reflete a realidade biológica primeira, mas constrói o sentido dessa realidade. As diferenças são construídas socialmente. O gênero serve para que possamos pensar na concepção subjetiva de como vamos reproduzir a socialização de gênero.

Um comentário: