sábado, 22 de outubro de 2011

Vídeo-aula 28: O fenômeno do Bullying


Na vídeo-aula 28, a professora Katia Pupo aborda o conceito do fenômeno do bullying nas escolas.
Bullying é um termo de origem inglesa utilizado para descrever atos contínuos de violência física ou psicológica, ocorridos sem uma motivação evidente, de uma criança ou adolescente em relação a outra criança ou adolescente ou de um grupo de crianças ou jovens em relação a outro grupo de crianças ou jovens. A principal característica do fenômeno do bullying é a desigualdade de poder que há entre os envolvidos.
Algumas ações mais evidentes caracterizadoras de bullying são:
- difamações;
- constrangimento;
- humilhações;
- ofensas;
- menosprezo;
- ameaças;
- intimidações;
- exclusão;
- perseguições;
- agressões físicas;
- roubo.
O fenômeno do bullying começou a ser discutido no Brasil recentemente, mas o pesquisador sueco Dan Olweus já estudava o assunto desde a década de 60. Ele elaborou um questionário para ser aplicado nas escolas a fim de verificar o nível do bullying que acontecia nelas. É importante dizer que o bullying não é uma prática exclusiva da escola; ele está presente em vários lugares e pode reunir, além das crianças e adolescentes, adultos.
A ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência) nos fornece alguns dados importantes sobre o bullying:
- 40,5% dos jovens e adolescentes já vivenciaram uma situação real de bullying - na situação de vítima (ou alvo), agressor ou espectador;
-  o fenômeno costuma ocorrer dentro da sala de aula, geralmente, na presença de um adulto - surpreende a não interferência do professor, o que agrava ainda mais o problema;
- 50 % das vítimas, por se sentirem ameaçadas, não denunciam os agressores; 
- ambos os sexos praticam bullying. Meninos costumam agredir fisicamente e meninas tendem a agredir psicologicamente, com difamações e fofocas, por exemplo. 

BRINCADEIRAS OU BULLYING?
Alguns fatores diferenciam o fenômeno do bullying de uma brincadeira ocorrida pontualmente. Para ser considerado bullying:
- a ação é repetida e intencional;
- tende a ser uma ação prolongada - dura um certo tempo, um semestre, um ano, vários anos;
- falta de motivação: não há nada que justifique as ações do agressor, não é uma reação natural;
- desequilíbrio de poder:  a vítima é indefesa e não tem a possibilidade de se defender.

VÍTIMAS
Podemos apontar alguns elementos que, combinados, dão pistas de que uma criança pode estar sendo vítima de bullying:
- crianças tímidas, com pouca habilidade de sociabilização;
- característica física, de comportamento ou condição socioeconômica ou sexual, quando fogem do padrão estabelecido pela sociedade;
- crianças hiperativas, impulsivas;
- podem se tornar agressores - sofre bullying e pratica sobre outras crianças, mais indefesas.
O poster acima, disponível em http://thewillowwitch.deviantart.com, faz referência a uma vítima de bullying e seu sentimento de tristeza perante a violência psicológica a que é submetida. Na imagem, palavras ofensivas, como 'idiota', 'esquisita', 'feia' e 'fracassada' funcionam como armas, capazes de ferir e amedrontar. 

A vítima do bullying, por medo de retaliações, muitas vezes, não denuncia que está sofrendo perseguições. Disponível em http://bullying-out.blogspot.com/2009/11/charge.html

AGRESSORES
Uma combinação de elementos dão pistas sobre possíveis agressores:
- ambos os sexos;
- indivíduos com dificuldades em lidar com normas e regras, apresentando desrespeito contínuo às mesmas; 
- são líderes, e tendem a cometer delitos;
- tendem a apresentar desempenho escolar regular ou insuficiente;
- dificuldade de lidar com autoridades;
- mente constantemente para esconder seus atos de bullying.

ESPECTADOR
Os espectadores das ações de bullying podem ser passivos [não interferem, apenas assistem] ou ativos [aqueles que estimulam e incentivam as atitudes dos agressores]. Ao ignorarem ou estimulares as ações contra as vítimas, o espectador alimenta a impunidade e contribui para o crescimento do bullying.

CYBERBULLYING (BULLYING VIRTUAL)
O chamado Cyberbullying usa recursos da internet - redes sociais, práticas de comunicação - como apoio para comportamentos hostis. É mais amplo e tem efeito multiplicador e duradouro, pois o agressor pode se esconder atrás de perfis falsos - o anonimato gera impunidade e, consequentemente, contribui para o crescimento do fenômeno. Como o adolescente tem mais domínio das tecnologias de informação, é quem mais comete o cyberbullying.

Consequências para as vítimas
- tendência ao isolamento;
- medo de se posicionar;
- queda de rendimento escolar;
- fobia escolar: a criança ou adolescente inventa ou somatiza dores de estômago ou de cabeça, por exemplo, para não frequentar a escola.
- mudanças de comportamento;
- irritação, ansiedade e tristeza;
- propensos a desenvolver transtornos de anorexia, bulimia, depressão, síndrome do pânico;
- suicídio e homicídio.

INTERVENÇÕES POSSÍVEIS DOS EDUCADORES
- conscientizar sobre o fenômeno e investigar qual o nível de bullying que acontece em sua escola de atuação;
- sensibilizar toda a comunidade escolar para o problema;
- criar um ambiente de confiança e solidariedade dentro da escola, através das assembleias, por exemplo, onde podem ser discutidos valores éticos e morais (escola democrática);
- apoiar as vítimas, oferecer proteção, estabelecer as regras e limites e aplicar sanções sem tolerâncias;
A professora Kátia afirma que uma ação integrada dentro da escola pode contribuir muito, senão para solucionar, minimizar o fenômeno do bullying.

O vídeo acima é uma reportagem veiculada pelo Jornal Nacional e traz dados, depoimentos de vítimas e esclarecimentos a respeito do bullying nas escolas.

Um vídeo, veiculado na internet, ficou muito famoso ao mostrar o estudante australiano Casey reagindo a uma ação de bullying. Abaixo, o vídeo que mostra a reação de Casey e uma entrevista do garoto. 



Os vídeos nos fazem refletir a respeito do fenômeno do bullying e nos auxilia a pensarmos em práticas para minimizar o problema

O filme espanhol 'Bullying' também pode ajudar na reflexão sobre o tema. Mais informações, trailer e link para download em  http://www.observatoriodainfancia.com.br/article.php3?id_article=1026

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